Tarcísio prega boa relação com futuro governo Lula: ‘Melhor entendimento possível’

Governador eleito de São Paulo acredita que precisará do apoio da União para avançar nas áreas de habitação, segurança pública, saúde e educação no Estado

  • Por Jovem Pan
  • 31/10/2022 11h54
JORGE BEVILACQUA /CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO Tarcísio Gomes de Freitas Tarcísio Gomes de Freitas foi eleito governador de São Paulo no último domingo, 30

Em entrevista ao vivo para o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, nesta segunda-feira, 31, o governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que vai buscar o melhor entendimento possível com o governo federal de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que também tomará posse em janeiro de 2023. Segundo ele, a relação entre o Estado e a União é fundamental para trazer “o melhor” para os paulistas. “O Brasil é um país que, no campo das ideias, está dividido. Nós temos um país, para um lado mais progressista, por outro, um país mais conservador. Para um lado, um país que acredita no Estado como a grande alavanca para o crescimento, por outro um país que acredita mais na livre iniciativa, na linha liberal. E essa divisão se equivale numericamente. No campo das ideias, o país está dividido. Mas o Brasil é um só. Então, nós temos que, agora, trabalhar em prol de toda essa população, fazer com que esse país possa crescer, caminhar na direção correta. Nós vamos fazer todo o esforço para que isso aconteça aqui no Estado de São Paulo, trazendo aquilo que nós nos propusemos ao longo da campanha: muito investimento, um Estado mais competitivo. A gente quer trabalhar a questão das alavancas para o crescimento, a oferta de gás, o crédito para o micro e pequeno empreendedor, a redução da carga tributária, investimento em infraestrutura, capacitação profissional, desburocratização, governo digital como forma de trazer o crescimento. E, obviamente, buscar o melhor entendimento possível com o governo federal para que a gente traga o melhor para o Estado de São Paulo”, afirmou Tarcísio.

O ex-ministro da infraestrutura do governo Bolsonaro e agora governador eleito de São Paulo falou ainda sobre as correlações de forças no futuro governo federal, dizendo acreditar que o novo Congresso Nacional, fortemente de ideologia de centro-direita, deverá balizar eventuais medidas do Executivo que estejam muito localizadas no espectro da esquerda, viabilizando uma espécie de paridade entre pensamentos políticos. “Eu espero que ele [Lula] governe para todos. Temos um Congresso com uma constituição de centro-direita. De certa forma, isso proporciona um equilíbrio de forças. Então, a gente vai ter um legislativo que vai ser muito atuante, fiscalizador, que vai também buscar o melhor para o Brasil (…) Aqui, nós vamos fazer a nossa parte. E espero que o governo federal também faça a parte dele. É isso que todo mundo deseja”, declarou. Tarcísio ainda deixou claro que deverá participar de reuniões com Lula e demais governadores caso sejam convocadas: “Eu entendo que estarei presente. Acho importante participar. Tenho que defender os interesses de São Paulo. A gente precisa trabalhar com o governo federal nos campos da habitação, da segurança pública, saúde, educação. São as áreas mais importantes. A relação do governo de São Paulo com o governo federal será importante para trazer resultados para o Estado”.

Especialmente sobre o seu governo no Estado de São Paulo, Tarcísio voltou a falar que comandará com apoio de técnicos nas áreas prioritárias e disse reafirmou “pró-busniss”. “O que nós vamos fazer é montar um gabinete, uma gestão técnica, secretariado técnico que possa dar conta do desafio que é São Paulo, o Estado mais rico da federação, um Estado que tem muito a contribuir para o Brasil. Vamos buscar com o governo federal, no governo eleito, a melhor relação possível. Vamos buscar o entendimento para defender o interesse do Estado de São Paulo. Obviamente, imprimindo as nossas ideias no Estado, representando a direita, um pensamento conservador, um pensamento liberal, buscando fazer o melhor possível, buscando trazer o investimento via iniciativa privada, via capital, a gente vai ter uma gestão pró-bussiness. Vamos olhar muito o nosso agronegócio, a gente quer um agro cada vez mais tecnificado, mais diversificado, competitivo. A gente acredita que São Paulo pode liderar esse processo de transição energética, de economia marrom para economia verde. Eu aposto, por exemplo, na indústria automobilística, partido híbrido, aposto no gás”, pontuou.

Tarcísio ainda revelou que deve montar uma equipe de transição com as pessoas que o ajudaram a construir seu plano de governo e que o atual governador, Rodrigo Garcia (PSDB), deverá colaborar para o processo de mudança. “A gente está montando a nossa equipe de transição. Deve ser coordenada pelo Guilherme Afif Domingos, que coordenou também os trabalhos do plano de governo. Vamos ter uma semana de descanso para a equipe, mas, a partir daí, a gente começar trabalhar nessa transição com o time que ajudou a elaborar as nossas propostas, as diretrizes do plano, então, um time técnico que vai estar trabalhando em parceria com o [atual] governo de São Paulo para que essa transição transcorra da melhor forma possível. Já tive a oportunidade de conversar com o governador Rodrigo Garcia sobre isso, que abriu todas as portas. Tenho certeza que a gente vai ter uma transição muito efetiva, que vai nos ajudar a largar bem”. Tarcísio ainda disse que os nomes de seus secretários ainda não serão revelados e que as pessoas do governo de transição não necessariamente serão mantidas na gestão a partir do próximo ano.

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