Técnicos da PGR chegam a Curitiba para obter dados da Lava Jato

Dias Toffoli permitiu também que a Procuradoria acesse a base de dados para avaliar a existência de investigações de pessoas com foro privilegiado

  • Por Jovem Pan
  • 22/07/2020 06h12 - Atualizado em 22/07/2020 09h25
DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO PGR A chefe da força-tarefa na Procuradoria, Lindora Araújo, solicitou a ação no início do mês passado com o objetivo de identificar se houve irregularidades cometidas por autoridades

Técnicos da Procuradoria-Geral da República (PGR) chegaram, na terça-feira (21), a Curitiba para copiar dados da Lava Jato. A chefe da força-tarefa na Procuradoria, Lindora Araújo, solicitou a ação no início do mês passado com o objetivo de identificar se houve irregularidades cometidas por autoridades. No entanto, procuradores alegaram que seria necessário uma autorização para entregar os documentos, que contêm informações sigilosas, incluindo de investigações que ainda estão em andamento. Com isso, a PGR recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando ter encontrado resistência por parte de procuradores da República.

O presidente do STF, ministro Dias Toffoli, determinou que as forças-tarefas devem entregar  “todas as bases de dados estruturados e não-estruturados utilizadas e obtidas em suas investigações”. O trabalho dos técnicos deve durar uma semana, isso porque há uma grande quantidade de material para ser averiguada, que inclui computadores e celulares apreendidos  ao longo das setenta e uma fases da operação. Estima-se que a Procuradoria terá acesso a cerca de mil terabytes de dados, tanto da Polícia Federal quanto do Ministério Público Federal, como também a 50 milhões de movimentações financeiras de cerca de 40 mil pessoas, que chegam a R$ 4 trilhões.

Dias Toffoli permitiu também que a PGR acesse a base de dados para avaliar a existência de investigações de pessoas com foro privilegiado. Em uma denúncia feita pela força-tarefa da Lava Jato no Paraná à Justiça, consta o nome dos presidentes do senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara, Rodrigo Maia. Pelos cargos ocupados por ambos, eles têm foro e, por isso, só podem ser investigados com determinação do Supremo.

*Com informações da repórter Camila Yunes

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