Telegramas apontam que, em 2011, Bolsonaro procurou Itamaraty para resolver assunto pessoal

  • Por Jovem Pan
  • 24/09/2018 07h05
Valter Campanato/Agência Brasil Em nota, o Itamaraty disse que “não interferiu em questões familiares” e se limitou a “informar e a orientar as partes sobre questões jurídicas aplicáveis"

Telegramas do Ministério das Relações Exteriores apontam que o hoje candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro já atuou junto ao órgão para resolver uma questão pessoal em 2011.

Além do deputado, o episódio envolveu Ana Cristina Valle e Jair Renan, filho dos dois, na época com 12 anos de idade. Mãe e filho viajaram juntos para Oslo, capital da Noruega, contra a vontade de Bolsonaro. Com isso, ele abriu uma ação judicial e procurou o Itamaraty para que atuasse em favor dele.

De acordo com o site do próprio órgão, o Itamaraty não pode “interferir em questões de direito privado, como direitos do consumidor ou questões familiares”. Bolsonaro pediu que o Ministério averiguasse as condições em que estaria o filho.

Conseguiu contato com o então vice-cônsul do Brasil na Noruega, que procurou Ana Cristina e falou com o marido dela, um norueguês. Segundo o brasileiro, o nativo “pareceu compreender que o contato foi feito à luz do princípio da impessoalidade”. Ele ainda afirmou ao jornal Folha de S. Paulo que repassou a Bolsonaro contatos da chefia do setor consular da embaixada para que o deputado se informasse sobre legislação dos dois países.

Em nota, o Itamaraty disse que “não interferiu em questões familiares” e se limitou a “informar e a orientar as partes sobre questões jurídicas aplicáveis.”

*Informações do repórter Levy Guimarães

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