Temer pode até escapar, dessa vez, de ser afastado, mas Janot quer apressar novas denúncias
Depois de dezenas de telefonemas de Michel Temer para deputados, a tropa de choque do Governo na Câmara fechou a noite de quarta-feira (26) contabilizando 281 votos para barrar a denúncia contra o peemedebista por corrupção passiva. Praticamente 110 votos a mais que o necessário.
Temer pode até escapar, dessa vez, do afastamento do cargo, e ganhar tempo até as próximas denúncias do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Mas sua situação é tão delicada, que até barrá-las implicam em risco para ele a médio e longo prazo.
O ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, flagrado com mala de propina da JBS, semanas após ter sido indicado por Temer a Joesley Batista como intermediário, é investigado nos mesmos parâmetros do presidente.
Como Temer tem foro privilegiado, é este vínculo que mantém no STF também o caso de Loures. Se a Câmara barrar a denúncia contra Temer, o STF deverá jogar Rodrigo Rocha Loures para a primeira instância. Ou seja, ele poderá ser preso de novo e querer fechar acordo de delação que implique Temer.
Seria mais um presente para Janot, que já corre para deixar de herança para sua sucessora na PGR novas denúncias recorrentes das delações de Eduardo Cunha e Lucio Funaro. Nomeada por Temer, Raquel Dodge poderá até engavetar as denúncias, mas não será sem constrangimento público.
Confira o comentário completo de Felipe Moura Brasil:
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