Temer quer derrubar denúncia com votação expressiva para fortalecer base

  • Por Jovem Pan
  • 21/10/2017 16h14 - Atualizado em 21/10/2017 16h14
Joédson Alves/EFE Joédson Alves/EFE Presidente é acusado de obstrução de Justiça e organização criminosa

Visando votações futuras, o governo de Michel Temer tenta conseguir o mesmo número de votos de denúncia anterior.

Base aliada e oposição começam os últimos preparativos para a votação da denúncia contra o presidente Michel Temer no plenário da Câmara. A matéria deve ser analisada pelos 513 deputados na próxima quarta-feira. O resultado da votação não é alvo de grande suspense no parlamento. A tendência é que o governo afaste a denúncia com certa facilidade, assim como na primeira. É o que sinaliza o deputado Carlos Marun, do PMDB. “Todos sabem que a denúncia cai e a oposição não tem nem perto dos votos necessários (432) para promover o afastamento do presidente”, disse.

Apesar de reconhecer que a vitória do governo é quase inevitável, no discurso a oposição ainda não joga a toalha. Ela aposta no desgaste da própria base e nas recorrentes críticas do presidente da Câmara Rodrigo Maia ao governo. Para o líder do PT, deputado Carlos Zarattini, Temer pode ter dificuldades na votação. “A situação vem lentamente mudando de forma desfavorável para o presidente, que tem encontrado dificuldade de encontrar coesão na base”, afirmou.

A grande dúvida paira sobre o número de deputados que continuarão apoiando o presidente na nova denúncia. O governo tenta conquistar no mínimo o mesmo número de votos da primeira denúncia, 263, para mostrar força visando votações futuras. O deputado Carlos Marun reconhece que a base vai se limitar a quem votar a favor de Temer. “Aquela base fixa fica determinada por aqueles que não votaram contra o presidente neste momento. A partir daí onde se faça necessária uma votação maior que esta base, nós vamos buscar apoio nos outros partidos”.

Para o deputado Carlos Zarattini, do PT, o governo perdeu força no Congresso e mesmo se vencer na quarta-feira, não vai ter condições de aprovar matérias polêmicas. Ele diz que o governo, mesmo saindo vitorioso, sai “manco” e com mais dificuldades adiante para colocar uma agenda para o País.

Na última semana, a Comissão de Constituição e Justiça aprovou o relatório o deputado Bonifácio de Andrada, do PSDB, que pede a rejeição das acusações.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.