“Tenho receio” de ser presidente, diz Bolsonaro

  • Por Jovem Pan
  • 22/05/2018 12h10 - Atualizado em 22/05/2018 12h11
João Henrique Moreira/Jovem Pan Questionado se representa o "novo" na política, o deputado federal em seu sétimo mandato disse: "No tocante ao Executivo, eu sou virgem"

No final da entrevista ao Jornal da Manhã da Jovem Pan nesta terça-feira (22) o deputado federal e pré-candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) assumiu que tem “receio” de assumir o Palácio do Planalto.

“Você imaginou sentar na cadeira presidencial? Pelo amor de Deus, você não tem que soltar fogos. Você tem que pedir: meu Deus, o que eu fiz para estar aqui? É um mar de problemas”, disse o pré-candidato.

“Quem já passou dos 60 já está com o prazo de validade vencido, já está no lucro e eu pretendo deixar uma história para o Brasil se essa for a vontade da população brasileira”, disse o deputado. “Quem não tem receio? Pelo amor de Deus, Villa. Tenho receio sim (de ser presidente)”, declarou.

Impeachment?

Questionado se teme sofrer um processo de impeachment caso seja eleito e não tenha a maioria de apoio no Congresso, Bolsonaro ilustrou: “é igual soldado que vai à guerra. Soldado que vai à guerra e tem medo de levar tiro é um covarde”, disse.

E concluiu: “tenho certeza de uma coisa: não sofrerei um impeachment por corrupção”.

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) sofreu impeachment por acusação formal de crime de responsabilidade fiscal nas chamadas “pedaladas” que teria cometido, antecipando receitas do orçamento da União, que deve continuar apertado em 2019.

Menos tempo que Enéas

O pré-candidato brincou com o tempo exíguo que seu partido, PSL, teria de rádio e televisão durante a propaganda eleitoral caso não haja coligações. “Sozinho nós temos metade do tempo do Enéas”, disse, lembrando o ex-deputado Enéas Carneiro, ex-candidato à Presidência pelo Prona, outro partido nanico, que tinha um famoso slogan, repetido por Bolsonaro.

“Meu nome é… não vai dar (tempo) para falar Bolsonaro”, riu o pré-candidato.

“Mas eu não tenho obsessão pelo poder”, garantiu o deputado federal desde 1991.

“Virgem no Executivo”

Questionado se representa o novo na política, o parlamentar assumiu também que é inexperiente na administração executiva de qualquer governo. “No tocante ao Executivo, eu sou virgem”, afirmou.

“Nunca indiquei uma pessoa mais humilde que seja para ocupar um cargo no Executivo”, disse o pré-candidato. “Nunca votei com partido nenhum, tanto que eu estou fora dessas maracutaias que estão aí. Sempre votei de acordo com meu entendimento e do pessoal que estava ao meu lado”, gabou-se.

Articulação e “toma lá, dá cá”

Questionado sobre como articularia seus projetos com o Congresso Nacional, tomado pela lógica do “toma lá, dá cá”, Bolsonaro defendeu “conversar com o parlamentar de forma individual” e “tirá-lo do jugo do líder partidário”, de acordo com bancadas, Estados, regiões e “outros interesses”.

“Se você for fazer a mesma coisa, eu vou estar conversando com o Sérgio Moro em Curitiba, não vai demorar”, disse Bolsonaro.

Questionado se, para ele, os partidos não servem para nada, Bolsonaro disse que “grande parte não”, “da forma como eles fazem política”.

“Tem os comandantes de partidos. É muito melhor você ser hoje em dia presidente de partido com esse interesse do que ser parlamentar”, citou o deputado federal.

Bolsonaro fala em “mudar a forma de fazer política” e “buscar outra maneira”.

Assista à sabatina completa de Jair Bolsonaro na Jovem Pan:

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