Testar ‘sem estratégia’ pode ser pior do que não diagnosticar coronavírus
Testar, testar e testar. Essa foi a recomendação da Organização Mundial da Saúde para rastrear a disseminação do coronavírus. O Brasil, no entanto, é um dos países quem tem tido dificuldade de fazer a testagem em massa na população.
Para o médico e pesquisador da Fiocruz Manoel Barral Netto, pior do que não fazer o diagnóstico é realizá-lo sem uma estratégia. Ele e outros especialistas foram ouvidos em um teleconferência realizada pela Fundação Oswaldo Cruz.
A médica Ester Sabino, professora da Universidade de São Paulo, afirma que, diante da falta de testes, eles não precisam ser feitos em todo mundo. Sabino foi coordenadora do estudo que revelou o sequenciamento genético do coronavírus.
O importante, segundo ela, é encontrar o transmissor do vírus dentro de um grupo de infectados. A partir daí, rastrear as pessoas com quem o infectado teve contato e isolar essas pessoas.
Os especialistas também falaram sobre as diferenças entre o teste que identifica a presença do coronavírus no organismo, o chamado PCR, e aquele que detecta a produção de anticorpos para combater a covid-19. No primeiro caso, ele demanda insumos importados que ou estão em falta ou estão muito caros.
Já em relação aos testes que detectam os anticorpos, a defesa do organismo só começa a agir a partir do quinto dia da doença. Ou seja, há o risco de o resultado ser um falso negativo se o teste for usado antes deste período.
*Com informações da repórter Nicole Fusco
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