Teste em humanos da vacina brasileira contra zika é adiado para o fim de 2018

  • Por Jovem Pan
  • 25/09/2017 06h48 - Atualizado em 25/09/2017 11h29
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Paraná promove mobilização contra o mosquito da dengue nesta quarta-feira, 09/12. Curitiba, 08/12/2015 Foto: Venilton Kuchler / ANPr Venilton Kuchler/ANP A previsão era de que a fase 1 dos ensaios clínicos começasse em janeiro de 2018, mas dificuldades financeiras podem atrapalhar a iniciativa brasileira

O início dos testes em humanos da vacina contra zika será adiado em quase um ano. A previsão era de que a fase 1 dos ensaios clínicos começasse em janeiro de 2018, mas dificuldades financeiras podem atrapalhar a iniciativa brasileira, que corre contra o tempo na disputa científica entre outras 40 linhas de pesquisa que buscam a vacina no mundo.

Até agora, a versão nacional, desenvolvida pelo Instituto Evandro Chagas, no Pará, em parceria com a Universidade do Texas, é uma das mais promissoras.

Uma única dose foi capaz de proteger fêmeas e filhotes de ratos e macacos da microcefalia e de outras alterações neurológicas causadas pelo vírus.

Mas, para manter o ritmo, os pesquisadores dependem da fatia mais generosa dos R$ 100 milhões prometidos pelo Ministério da Saúde para a produção das doses que serão testadas em humanos.

No entanto, a fábrica de Biomanguinhos, da Fiocruz, precisará passar antes por mudanças estruturais, explicou o diretor do Evandro Chagas, Dr. Pedro Vasconcelos: “eles dizem que no momento é preciso readequar instalações, preparar células de acordo com exigências internacionais, que não dispõem disso e, por isso, vai haver certo atraso”.

Ainda assim, uma manobra deve manter o calendário de entrega da vacina para 2021. O Ministério da Saúde estuda acelerar o processo dos ensaios clínicos em humanos, que consiste em três fases.

No período, que será abreviado, são observadas a segurança da dose e a capacidade de produzir uma resposta imune.

“Fazer quase simultaneamente o ensaio clínico fase 1 e 2, com a diferença de não um ano, mas de três a seis meses, o que poderia acelerar o processo”, disse o diretor do Evandro Chagas.

Manter o cronograma é importante porque, levando em conta o ciclo do vírus, estudos não descartam uma nova onda epidêmica de zika entre 2021 e 2023.

Em nota, o Ministério da Saúde confirma o adiamento do início dos testes em humanos para setembro de 2018 e a intenção de acelerar o processo de desenvolvimento da vacina da zika.

Informa ainda que os ensaios só terão início após a produção dos lotes clínicos, avaliações pré-clínicas e a aprovação deste estudo pelo comitê de ética da Fiocruz/Biomanguinhos.

*Informações da repórter Carolina Ercolin

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