Texto da reforma da Previdência deve sofrer mudanças para ser aprovado na CCJ
Pelo menos quatro pontos podem ser retirados do texto original para ter o apoio do Centrão
O texto da reforma da Previdência deve passar por mudanças para ser aprovada na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.
Após a sessão desta quarta-feira (17), que terminou sem acordo para votar a matéria, líderes de partidos de centro e direita se reuniram com o relator, deputado Marcelo Freitas (PSL), e o secretário de Previdência, Rogério Marinho, para discutir possíveis alterações.
Pelo menos quatro pontos podem ser retirados do texto original para ter o apoio do Centrão. O líder do PP, deputado Arthur Lira, disse que assim, a aprovação se dá sem dificuldade: “dá segurança para que partidos que fazem ou não parte da base possam votar na CCJ excluindo esses itens com tranquilidade e, se possível, sem obstrução”.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que espera a aprovação na próxima terça-feira (23) e minimizou o adiamento: “tem pequenos ajustes que vêm até de relativa inexperiência. Vem grupo chegando e um que estava estabelecido. Houve pequeno resvalo na condução dos trabalhos lá”.
O Governo tinha esperanças de aprovar a PEC da Previdência ainda na quarta-feira, mas a obstrução da oposição tornaria a audiência longa e a falta de acordo com o centrão inviabilizou a formação de uma maioria.
O grupo pede a retirada de, pelo menos, quatro pontos: fim da multa do FGTS, mudança de idade de aposentadoria compulsória no serviço público; Justiça do Distrito Federal ser a única apta a julgar processos do INSS; e exclusividade do Executivo para propor mudanças na Previdência.
O secretário de Previdência Rogério Marinho disse que ainda não existe acordo sobre nenhum item: “só teremos condição de anunciar qualquer ponto na hora que o acordo for celebrado como um todo”.
Mais dois trechos da reforma também estão na mira de alguns partidos: o da desconstitucionalização e as alterações no abono salarial. Mas com a retirada deste último, se perderia quase 15% da economia prevista.
O líder do Governo na Câmara, Major Vítor Hugo, do PSL, é contra a mudança: “depreciar ou diminuir a potência fiscal da proposta neste momento é abrir mão de fazer a transição do sistema que vivemos hoje”.
O martelo sobre que texto vai ser votado pela CCJ na semana que vem só deve ser batido após a Páscoa. Durante o feriado, líderes da Câmara continuarão discutindo com o relator quais pontos podem ser retirados sem afetar o impacto fiscal da reforma.
*Informações do repórter Levy Guimarães
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