Rede Lucy Montoro alerta para incidência de tetraplégicos em acidentes nas piscinas
Um levantamento da Rede Lucy Montoro feito em 2019 aponta que 100% dos pacientes vítimas de acidentes causados por mergulho em praias, piscinas, rios e cachoeiras atendidos nas unidades da capital ficaram tetraplégicos. O balanço apontou ainda que 90% das vítimas são homens e 70% envolve pacientes com até 40 anos.
De acordo com o médico fisiatra André Sugawara, a falta de cautela e o consumo de álcool estão entre as principais causas.
“Esse número é alto e expressivo justamente pelo mecanismo de trauma. Quando as pessoas pulam na água de cabeça, elas batem a cabeça na lâmina d’água, não precisa ser no fundo da piscina, do rio ou da praia. A própria força faz com que a cabeça gire como um compasso. Acaba quebrando a coluna, e a pessoa perde os movimentos do corpo todo”.
Um dos pacientes da rede Lucy Montoro é o Adriano. Ele era motorista de aplicativo, e acabou sofrendo um acidente quando pulou de cabeça em uma piscina, em novembro de 2018. Ele ficou sem falar e comer durante um tempo, mas agora já consegue completar as tarefas normalmente. Há dois meses ele faz tratamento para recuperar os movimentos.
“Foi um gatilho. Eu pulei na parte rasa, sem saber onde era o fundo. Fui socorrido rápido mesmo estando em uma área de mata, em São Roque. Me resgataram de helicóptero. Recentemente completei um ano de lesão, e a rede Lucy Montoro me ajudou muito. Fiquei internado fazendo reabilitação para voltar a vida ativa, fazendo inclusão na sociedade. Foram dois meses sem falar e um mês sem comer, me alimentando apenas por sonda nasal. Quando cheguei aqui, já voltei a comer, escovar os dentes sozinho, por exemplo.”
Adriano de 31 anos ficou tetraplégico depois do acidente. Passada a situação, ele dá o recado: “É uma coisa muito séria. Eu alerto para que vocês façam uma conscientização para essa galera. Tomem cuidado em rios, cachoeiras, praias… Sondem a área em que vocês vão mergulhar. Nunca mergulhem de cabeça. Sua vida pode mudar completamente.”
A Rede Lucy Montoro alerta as pessoas para que não participem ou permitam brincadeiras quando estiverem nadando ou mergulhando. Ao mergulhar, sempre que possível, estender os braços ao lado da cabeça para protegê-la.
Além disso, indica que se evite o salto de lugares muito altos e os saltos ornamentais. Tais ações ajudam a prevenir acidentes.
* Com informações do repórter Victor Moraes.
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