Toffoli manda forças-tarefa da Lava Jato entregarem dados à PGR
A decisão é provisória e atende a um pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, que alegou dificuldades para acesso a dados
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, decidiu que a Operação Lava Jato deve enviar todos os dados de investigações já colhidos para análise da Procuradoria-Geral da República. Essa determinação vale para as forças-tarefas de Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo.
A decisão é provisória e atende a um pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras. Ele relatou ao Supremo que teve dificuldades para acessar dados coletados pelos procuradores. Aras também justificou o pedido dizendo que há suspeita de a Lava Jato estar burlando a lei para investigar pessoas com foro privilegiado no próprio STF, como o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do Senado, David Alcolumbre.
Em nota, a Lava Jato de Curitiba lamentou a decisão, mas disse que vai liberar o acesso às informações. Os membros da força-tarefa negaram estar investigando qualquer agente público com foro privilegiado. No mesmo sentido, a força-tarefa da Lava Jato paulista disse que vai cumprir a decisão do Supremo. Os dois órgãos vão recorrer da decisão.
Esse embate entre PGR e Lava Jato se tornou público depois que a subprocuradora Lindora Araújo, uma das principais auxiliares de Aras, viajou até Curitiba para se reunir com integrantes da operação. O encontro levantou a suspeita de que Augusto Aras estaria tentando obter acesso ilegal a dados sigilosos de investigações.
Após o episódio, o Conselho Nacional do Ministério Público pediu que Aras apresente em até 15 dias as informações coletadas pela subprocuradora durante ida à sede da Lava Jato no Paraná. A Corregedoria-geral do ministério público federal está investigando o caso.
*Com informações do repórter Leonardo Martins
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