Tragédia no Largo do Paissandu também afeta moradores da região
Doze mil metros quadrados de área construída ruíram em segundos. O fogo, que começou no quinto andar do edifício se alastrou com rapidez e, durante o desmoronamento, atingiu vários imóveis da região. Muitas pessoas foram diretamente atingidas pelo desabamento.
Grande parte dos moradores do edifício Wilton Paes de Almeida está desabrigada e muitos ainda não sabem o paradeiro de seus entes queridos. Mas aqui no entorno também tem gente sofrendo as consequências dessa tragédia.
A Val é cabeleireira e trabalha na Rua Antônio de Godói, mesmo endereço do prédio que desabou. A área está completamente isolada, e mesmo com permissão de ficar aberto, o problema do salão de beleza é a falta de clientes. “O cliente só entra aqui se pedir autorização para a Polícia. Estamos torcendo para resolver para continuarmos nosso trabalho. Todo mundo depende de trabalhar para sobreviver”, declarou.
O Natan vai trabalhar a pé, mora ali pelo Largo do Paissandu, e além da diminuição de clientes, também sofre com o rescaldo. “ A fumaça atrapalha bastante. O pessoal tem receio de vir porque acha que está fechado. Agora é esperar liberar, né?”, indagou Natan.
Além da igreja, que foi parcialmente destruída com a demolição, a Defesa Civil interditou outros quatro imóveis nas proximidades. Um prédio que possui duas numerações, em frente ao local do incêndio, chamado de prédio fino, também foi esvaziado, assim como o edifício atrás dele.
Mas a pior situação é do imóvel conhecido como “Caracu”, que fica bem ao lado do prédio que desabou. Os moradores tiveram acesso aos apartamentos para a retirada de pertences pessoais, como documentos e medicamentos.
O Tenente Guilherme Derrite, do Corpo de Bombeiros, alertou que os proprietários ou locatários dessas áreas devem pedir orientação sobre como proceder. “Todo morador deve procurar as autoridades no Posto de Comando, a Defesa Civil Municipal e Estadual. Para que ele receba orientação adequada, não arrisque e não ultrapasse a área de isolamento”, ressaltou Derrite.
Há relatos de pessoas desses prédios dos arredores que estão dormindo em carros ou na casa de parentes por não ter onde ficar. O Frei Agostino, da comunidade Voz dos Pobres, está auxiliando os desabrigados do edifício que desabou e também dos afetados pelo incêndio. Ele reforça que é necessário um olhar mais atento do poder público.
“Temos que perceber que há necessidades dentro desse evento. Os primeiros devem ser aqueles que estão desabrigados, que estão sem nada e depois os moradores vizinhos”, afirmou o Frei.
Mesmo com o todo o caos, a principal preocupação é com as vítimas do desabamento. Familiares de desaparecidos devem procurar o 3 Distrito Policial, na Santa Ifigênia, para fazer boletim de ocorrência.
*Com informações da repórter Marcella Lourenzetto
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