Transferência de Marcola para Brasília diminui chances de resgate da cadeia, avalia promotor
O promotor Lincoln Gakiya, do Ministério Público do Estado de São Paulo, minimou neste sábado (23) as críticas de autoridades do Distrito Federal à transferência do líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marco Willians Herbas Camacho, para Brasília. Marcola havia saído do interior paulista e estava em Rondônia.
“Eu, pessoalmente, entendo que, pela localização geográfica [do novo presídio], longe de fronteiras, e pela presença de Forças Armadas em Brasília, há uma segurança de minimizar qualquer possibilidade de resgate. Acredito que a presença deles [líderes da facção] em Brasília seja adequada”, afirmou em entrevista à Jovem Pan.
O tema é polêmico. Na sexta-feira (22), o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), afirmou no Twitter que “Marcola não tem lugar em Brasília”. O emedebista escreveu ainda que “não admite a entrada do crime organizado na capital federal” e que não vai “tolerar que queiram transferir um problema que é do governo federal”.
Retaliação
Questionado sobre possibilidades de retaliação, Gakiya afirmou que “o risco havia desde fevereiro, quando houve a transferência de São Paulo” para Rondônia. O próprio promotor foi quem pediu a remoção de Marcola e outros membros do grupo criminoso de presídios estaduais no interior paulista para penitenciárias federais em outros locais.
De acordo com ele, o primeiro pedido de transferência se justificou pelo fato de que os líderes “corriam risco de resgate em São Paulo e precisavam ser isolados, afastados de seus comandados”. Para Lincoln Gakiya, esse afastamento é uma forma de dificultar que eles comandem as facções de dentro da cadeia, como acontece hoje.
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