Transferência do ‘Ligue 180’ para Ouvidoria do Ministério dos Direitos Humanos é criticada em Comissão

  • Por Jovem Pan
  • 15/08/2018 07h13
Marcello Casal Jr./Agência Brasil Pessoa usa telefone fixo para fazer ligação A Central 180 já realizou 1 milhão e 138 mil atendimentos, dos quais mais da metade prestaram informações sobre os direitos das mulheres

A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher convocou o Ministério dos Direitos Humanos a se pronunciar sobre mudanças no Ligue 180.

Na semana passada, foi divulgada no Diário Oficial da União a transferência deste canal para a ouvidoria do Ministério dos Direitos Humanos. O 180 foi criado pela Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres (SNPM ) para receber denúncias e realizar orientações para população feminina vítima de violência.

A ex-secretária da SNPM, Aparecida Gonçalves, explicou que a mudança será prejudicial ao serviço, que possui capacidade técnica diferenciada e atendimento especializado.

A Central 180 já realizou 1 milhão e 138 mil atendimentos, dos quais mais da metade prestaram informações sobre os direitos das mulheres. Um quarto dessas ligações resultaram em encaminhamentos para delegacias e outros serviços especializados.

A ex-secretária argumentou que esse canal é importante especialmente para mulheres que não têm acesso fácil à informações.

De acordo com Aparecida Gonçalves, a transferência do Ligue 180 para a ouvidoria do Ministério de Direitos Humanos dificultaria a comunicação com a população feminina.

Entre janeiro e julho deste ano, o Ligue 180 registrou mais de 740 ocorrências relacionadas ao feminicídio e à tentativas de homicídio contra mulheres. Neste mesmo período, o Brasil registrou 78 casos de feminicídios e 665 tentativas de assassinato de mulheres.

*Informações da repórter Nanny Cox

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