Transferência do ‘Ligue 180’ para Ouvidoria do Ministério dos Direitos Humanos é criticada em Comissão
A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher convocou o Ministério dos Direitos Humanos a se pronunciar sobre mudanças no Ligue 180.
Na semana passada, foi divulgada no Diário Oficial da União a transferência deste canal para a ouvidoria do Ministério dos Direitos Humanos. O 180 foi criado pela Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres (SNPM ) para receber denúncias e realizar orientações para população feminina vítima de violência.
A ex-secretária da SNPM, Aparecida Gonçalves, explicou que a mudança será prejudicial ao serviço, que possui capacidade técnica diferenciada e atendimento especializado.
A Central 180 já realizou 1 milhão e 138 mil atendimentos, dos quais mais da metade prestaram informações sobre os direitos das mulheres. Um quarto dessas ligações resultaram em encaminhamentos para delegacias e outros serviços especializados.
A ex-secretária argumentou que esse canal é importante especialmente para mulheres que não têm acesso fácil à informações.
De acordo com Aparecida Gonçalves, a transferência do Ligue 180 para a ouvidoria do Ministério de Direitos Humanos dificultaria a comunicação com a população feminina.
Entre janeiro e julho deste ano, o Ligue 180 registrou mais de 740 ocorrências relacionadas ao feminicídio e à tentativas de homicídio contra mulheres. Neste mesmo período, o Brasil registrou 78 casos de feminicídios e 665 tentativas de assassinato de mulheres.
*Informações da repórter Nanny Cox
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