Três das mais importantes mulheres do Judiciário discutem a questão de gênero da Justiça
Mesmo com as duas principais cortes do país sendo comandadas por mulheres, as juízas ainda batalham por espaço na Justiça brasileira. Um levantamento do Conselho Nacional de Justiça do ano passado mostra que elas representam 37% da magistratura brasileira.
A presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, foi a segunda juíza a ingressar no STF, que recebeu apenas três mulheres em toda a história.
A ministra cita, no entanto, que mesmo na posição dela, ela ainda escuta afirmações preconceituosas sobre a atuação de uma mulher a frente de determinados casos.
Além da Cármen Lúcia no STF, o Superior Tribunal de Justiça é presidido atualmente pela ministra Laurita Vaz.
Uma outra corte superior do Brasil, o Superior Tribunal Militar, também não possui presença feminina numerosa na história. Em mais de 200 anos de existência, o STM recebeu uma ministra nos quadros da instituição.
Maria Elizabeth Rocha ingressou no tribunal porque ele tem, especificamente, vagas para juízes civis.
A magistrada lembra que, pelas atuais regras das forças armadas, o Superior Tribunal Militar terá condições de ter uma presença maior de mulheres dentro de décadas.
Outros órgãos do judiciário também começam a ter mulheres na chefia apenas recentemente. É o caso da Advocacia-Geral da União, cuja atual ocupante do cargo, Grace Mendonça, é a primeira a obter o posto.
A ministra lembrou da pergunta de uma jornalista feita a ela logo após ter tomado posse como chefe da AGU em 2015.
Grace Mendonça diz que, por mais que o momento seja de ações afirmativas, ela não foi nomeada só por ser mulher.
As representantes do Judiciário participaram de um debate promovido na semana passada em São Paulo que abordou a questão de gênero na Justiça brasileira.
Quando se fala em magistratura estadual, o Rio de Janeiro é a unidade da federação com a maior presença de juízas, correspondendo a 48% da participação.
*Informações do repórter Tiago Muniz
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