TSE retoma nesta terça ações que apontam abuso eleitoral da chapa Bolsonaro-Mourão
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai retomar na terça-feira (9)o julgamento de duas ações sobre supostos ataques cibernéticos em rede social para beneficiar a chapa Bolsonaro-Mourão, durante a campanha eleitoral de 2018. O julgamento acontece depois dos recentes ataques de aliados do presidente ao supremo tribunal federal, que fazem parte do TSE.
O relator do inquérito das fake news, o ministro Alexandre de Moraes tomou posse no tribunal na semana passada. O temor aqui dentro do Palácio do Planalto é de que os recentes desentendimentos, inclusive as críticas do próprio presidente, acabe repercutindo de forma negativa no julgamento.
O presidente da casa, o ministro Roberto Barroso, no entanto, garante que o julgamento será feito de forma imparcial levando em consideração apenas os fatos.
A ação foi proposta por Guilherme Boulos e por Marina Silva que eram candidatos à presidência. Boulos lembrou que ação foi protocolada uma semana antes e classificou a campanha de Bolsonaro como uma máquina de fake news, tanto no primeiro, quanto no segundo turno.
Segundo Boulos a denúncia fica ainda mais séria depois das informações que estão aparecendo na CPMI das fake news no congresso nacional.
O julgamento começou no fim de novembro, o relator, o ministro OG Martins recomendou o indeferimento do pedido. O ministro Edson Fachin, no entanto, pediu um tempo maior para analisar a questão.
A advogada de Bolsonaro, Karina Kufa, na oportunidade negou que o presidente tenha tido qualquer tipo de participação na invasão de um grupo virtual denominado Mulheres Unidas contra Bolsonaro que reunia mais de 2,7 milhões pessoas. O nome do grupo foi alterado para Mulheres com Bolsonaro um mês antes das eleições.
A advogada explica que o presidente estava no hospital se recuperando do atentado à faca quando tomou conhecimento do grupo.
Na sexta-feira (5), a defesa do presidente Jair Bolsonaro pediu ao TSE para que o inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) contra fake news não seja incluído nos dois processos que correm no Tribunal contra a chapa vencedora das eleições presidenciais, como pediu o Partido dos Trabalhadores.
A investigação contra Bolsonaro e o vice-presidente Hamilton Mourão é por suposto “abuso de poder econômico” e “uso indevido de meios de comunicação”. Os processos apuram se a chapa vencedora das eleições contratou indevidamente empresas de disparo de mensagens falsas em massa pelo WhatsApp, contra adversários.
*Com informações da repórter Luciana Verdolin
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