Tucanos se calam contra Doria por covardia ou cooptação, diz Goldman

  • Por Jovem Pan
  • 27/07/2018 10h01 - Atualizado em 27/07/2018 10h04
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Divulgação "Doria transformou a convenção (deste sábado) em algo absolutamente ridículo", disse Goldman

Em entrevista ao Jornal da Manhã desta sexta-feira (27), o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman (PSDB, 2010) repercutiu o artigo que escreveu à Folha de S. Paulo denominado “um candidato do PSDB em oposição ao PSDB”. Goldman explicou que se baseou em entrevista do ex-prefeito e pré-candidato ao governo de São Paulo, João Doria, à Jovem Pan (assista-a mais abaixo).

Há duas semanas, Doria fez críticas ao candidato à Presidência Geraldo Alckmin (PSDB), dizendo que será “muito mais duro” que o padrinho político na área da segurança caso assuma o Palácio dos Bandeirantes. Ao tratar sobre economia, Doria também disse que esperava que Alckmin tivesse o “bom senso” de privatizar a Petrobras caso eleito presidente.

Goldman disse: “ele (Doria) é um candidato da oposição, não é um candidato nosso”.

Para o ex-governador que assumiu o Estado quando José Serra tentou a Presidência em 2010, a convenção que homologará a candidatura de Doria ao governo neste sábado (28) é “ridícula”.

Goldman confirmou o que escreveu, atribuindo ao presidente do Diretório do PSDB paulista, deputado estadual Pedro Tobias, frase que este teria dito na última convenção tucana, quando o ex-governador pediu a palavra: “vou falar com o João Doria, ele paga a convenção, é ele quem manda”.

“João Doria fez isso para obter a legenda para prefeito e, agora, nem precisou talvez tanto quanto ele fez na época”, disse Goldman. “Bastou ter o poder nas mãos, ter a Prefeitura de São Paulo. Tinha cargos, cooptando diretórios, trazendo todos esses apoios, inclusive de deputados a ele”, afirmou. “(Doria) transformou a convenção em algo absolutamente ridículo, então a convenção de amanhã é isso apenas”, classificou.

“Nós nunca tivemos uma situação igual à que nós temos agora no partido”, continua o ex-governador. “As grandes lideranças do partido não estão apoiando (Doria). Existe até um ou outro, mais por omissão, covardia, que não querem entrar na briga”, apontou.

Questionado que outro nome poderia ser escolhido no lugar de Doria, Goldman voltou a citar a “covardia” dos tucanos.

“Não vou citar nomes, mas há muita gente com história dentro do partido que poderia ser candidato, levar o partido adiante, dar continuidade ou pelo menos defender basicamente os governos que tivemos até agora. Não tem cabimento um candidato do partido virar candidato praticamente da oposição. Todo mundo se aquieta, ou por covardia, ou por omissão, ou por cooptação, seja pelo que for, não abre a boca”, criticou.

Goldman disse que ainda “não tem definido” em quem vai votar a governador de São Paulo.

Ouça a entrevista completa de Goldman:

Relembre a sabatina de Doria ao Jornal da Manhã:

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