UE define exigências e estratégias para negociar período de transição pós-Brexit

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 30/01/2018 07h10
EFE EFE Na prática, os europeus decidiram que a Grã-Bretanha pode ficar no bloco até dezembro de 2020, ampliando em quase dois anos a filiação do país para dar tempo que novas leis e acordos sejam realizados

A União Europeia definiu nesta segunda-feira (29) suas exigências e estratégias para negociar o período de transição após a separação do Reino Unido.

E é claro que o plano foi muito mal recebido em Londres, aumentando ainda mais a pressão sobre o governo Theresa May.

Na prática, os europeus decidiram que a Grã-Bretanha pode ficar no bloco até dezembro de 2020, ampliando em quase dois anos a filiação do país para dar tempo que novas leis e acordos sejam realizados.

Esse prazo é importante porque claramente os britânicos não vão estar prontos para seguir sozinhos a partir de março do ano que vem, data limite da desfiliação.

É aquela história de tirar um ovo de dentro da omelete. São muitas leis, acordos comerciais, diretrizes, compartilhadas com a União Europeia que agora os britânicos precisam criar as suas próprias versões.

Só que para permitir esse prazo de transição, os europeus querem que os britânicos cumpram todas as regras do bloco, incluindo um dos pontos mais delicados que é a livre circulação de pessoas. Ou seja, os europeus vão poder continuar entrando e saindo da Grã-Bretanha na hora que bem entenderem.

Por outro lado, o Reino Unido será apenas um observador da União Europeia, sem direito a votar em nada durante este período.

Alguns jornais ingleses já dizem que Londres não irá aceitar essa proposta, o que torna o Brexit ainda mais incerto a partir de agora.

Para deixar tudo ainda mais constrangedor para o Reino Unido, a imprensa daqui também relata que a chanceler alemã, Angela Merkel, ridicularizou Theresa May em um encontro com jornalistas em Davos.

Segundo Merkel, tudo que May sabe dizer é “faça uma oferta”, sem apresentar suas reais intenções. E por isso a negociação não anda. Coincidentemente ou não, é mais ou menos isso que se diz da primeira-ministra no próprio Reino Unido também.

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