Um ano depois dos Jogos Olímpicos, Rio de Janeiro amarga ressaca de grandes eventos
“Declaro aberto os Jogos Olímpicos do Rio celebrando a 31ª Olimpíada da era moderna”. Um rápido e discreto pronunciamento do então presidente em exercício, Michel Temer, abriu oficialmente a Olimpíada do Rio de Janeiro. A cerimônia de abertura que superou as expectativas e rendeu elogios no exterior faz exatamente um ano neste sábado (05).
De lá para cá, muita coisa mudou e não só para o peemedebista. O Rio de Janeiro, que em agosto do ano passado era o centro das atenções mundiais, amarga agora uma ressaca de grandes eventos.
Depois da Jornada Mundial da Juventude em 2013, a Copa do Mundo em 2014 e os Jogos de 2016, o carioca não vê mais obras em todos os lugares. Esse é só mais um fator que faz a cidade ter o mercado de trabalho que mais desemprega no Brasil.
Em média, segundo o Caged do Ministério do Trabalho, uma pessoa perde o emprego com carteira assinada no Rio a cada seis minutos.
“Costumamos dizer que é a confluência de todos os fatores negativos produzindo efeito simultaneamente”, disse o professor de finanças do Ibmec Rio e da Fundação Dom Cabral, Gilberto Braga, que também fala em uma tempestade perfeita.
E não se engane: todos os fatores que geraram essa tormenta estão relacionados.
A cientista social da Universidade Cândido Mendes, Silvia Ramos, afirmou que no caso da segurança o impacto da crise foi maior: “não aconteceu a mesma coisa na área da saúde, educação e assistência social. Especificamente na área da segurança isso se combinou com crise estrutural”.
E assim políticas que, em princípio, entregaram bons resultados foram deixadas de lado.
Um ano depois, as obras de infraestrutura erguidas para os Jogos e as regiões da cidade revitalizadas são aprovadas pela população.
Mas a conta de tudo isso ainda peca na transparência e a operação Rio 40 Graus da Polícia Federal, que prendeu nesta quinta-feira (03) o ex-secretário de obras da Prefeitura, Alexandre Pinto, mostra que as investigações sobre o legado olímpico podem dar muito o que falar.
*Informações do repórter Victor LaRegina
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