Um ano depois, governo boliviano restaura relações com a Venezuela

Os laços diplomáticos foram rompidos durante o governo interino de Jeanine Áñez, que expulsou representantes de Nicolás Maduro e reconheceu Juan Guaidó como líder venezuelano

  • Por Jovem Pan
  • 12/11/2020 05h24 - Atualizado em 13/11/2020 16h28
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EFE/Cortesía Movimiento Al Socialismo Presidente Luis Arce O restabelecimento das relações com a Venezuela e o alinhamento com a Argentina colocam três potências sul-americanas do mesmo lado

O presidente da Bolívia, Luis Arce, aceitou as credenciais do embaixador da Venezuela, Jorge Arreaza, e do chefe da missão diplomática, Alexander Yánez. O anúncio ocorre três dias após a cerimônia de posse de Arce e marca um resgate das relações entre os dois países. Os laços diplomáticos foram rompidos durante o governo interino de Jeanine Áñez na Bolívia, que expulsou representantes de Nicolás Maduro e reconheceu Juan Guaidó como líder venezuelano. O professor de Relações Internacionais, Pedro Costa Júnior, lembra que os dois territórios são grandes fontes energéticas, “mas mais do que isso: é a volta do fomento de um eixo político de governos de esquerda na região, bolivarianos, e que se fortalecem”.

O restabelecimento das relações com a Venezuela e o alinhamento com a Argentina colocam três potências sul-americanas do mesmo lado. Nessa dinâmica, o professor Pedro Costa Junior avalia que o Brasil pode ficar sobrando: “são três países que diplomaticamente o Brasil já se colocou política e ideologicamente contra. Com relação a Venezuela, as coisas tendem a ser mais difíceis. Com relação a Bolívia, vamos ver como vai se comportar o sucessor de Morales. Depende também da disposição do Brasil, do governo Bolsonaro, então são questões diferentes, casos diferentes”. O presidente Jair Bolsonaro não se pronunciou sobre a posse de Luis Arce e enviou o embaixador do Brasil na Bolívia, Octavio Cortes, à cerimônia, realizada no último domingo, 08. Nesta quarta-feira, 11, o ex-presidente e padrinho político de Arce, Evo Morales, chegou a Cochabamba em uma caravana. Desde a renúncia no ano passado, Morales estava exilado na Argentina, graças à amizade com o líder Alberto Fernández.

*Com informações da repórter Nanny Cox 

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