Unesco divulga balanço sobre morte de jornalistas em 2018
Enquanto o mundo busca respostas sobre a morte do jornalista Jamal Khashoggi, um relatório da Unesco aponta que oitenta e seis profissionais da imprensa foram mortos só em 2018.
Desde 2006, a entidade condenou os assassinatos de mais de mil jornalistas e profissionais dos meios de comunicação. No entanto, nove em cada 10 casos nunca foram julgados. A agência da ONU decretou o dia dois de novembro como o “Dia Internacional pelo fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas”, em homenagem a Ghislaine Dupont e Claude Verlon, mortos há cinco anos no Mali.
De acordo com o relatório, os enviados especiais a zonas de guerra são alvos, mas jornalistas que investigam corrupção, crime e política são as maiores vítimas. Essa é a hipótese mais provável para a morte do jornalista saudita Jamal Khashoggi. Ele era crítico do príncipe herdeiro da Arábia Saudita, considerado um dos principais suspeitos do crime.
Khashoggi foi morto dentro do consulado do país em Istambul, na Turquia. As autoridades turcas afirma que o corpo dele foi desmembrado para ser “dissolvido” com mais facilidade em ácido, e não deixar pistas. O Washinton Post, jornal para o qual Khashoggi escrevia, denunciou que o príncipe herdeiro saudita chegou a afirmar ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que o jornalista era um islamita perigoso.
A conversa teria acontecido dias após o desaparecimento dele na Turquia. O príncipe herdeiro teria dito que o jornalista participava de uma organização radical chamada Irmandade Muçulmana, algo veemente negado pela família de Khashoggi. Nos últimos anos, diversos casos bárbaros de execução de jornalistas foram registrados. O presidente da Turquia, Recep Erdogan, declarou, na sexta-feira, que a ordem para assassinar o jornalista veio dos “mais altos níveis” do governo em Riad. + Mas o líder turco isentou o rei Salman, atual monarca da Arábia Saudita, de qualquer responsabilidade no crime.]
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