União pede R$ 40 bi para que Andrade Gutierrez continue prestando serviços ao Estado
A União pediu R$ 40 bilhões para que a Andrade Gutierrez continue autorizada a prestar serviços ao poder público no Brasil. O valor, que pode ser parcelado por décadas, foi calculado pela comissão formada por integrantes da Advocacia-Geral da União e da Controladoria-Geral da União que negocia leniência com a construtora.
No acordo, a companhia é obrigada a admitir irregularidades, colaborar com as investigações e reparar financeiramente os danos que causou ao País.
Caso não assine o entendimento, que funciona como uma espécie de delação premiada da pessoa jurídica, a empreiteira pode ser considerada inidônea e, por consequência, ficar proibida de ter contratos com o Estado.
Mesmo assim, a Andrade Gutierrez não cogita aceitar a proposta, alegando que pode ir à falência. Dirigentes da empresa dizem que não haveria condições financeiras para quitar o débito. Entre 2012 e 2016, a receita bruta da construtora foi de R$ 33,4 bilhões.
Envolvidos nas tratativas relataram que um dos fatores que levaram à cifra bilionária é o fato da Andrade Gutierrez negar a existência de superfaturamento nos contratos em que admitiu a existência de corrupção.
Tanto a construtora quanto os órgãos governamentais não informaram as obras ou os valores dos contratos sob suspeita que integram o que está sendo acordado, com o argumento de que a negociação tramita sob sigilo.
*Informações do repórter Daniel Lian
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