Quatro meses após quarentena, Reino Unido torna uso de máscaras obrigatório

Quem descumprir a regra poderá ser multado em até 100 libras e caberá à polícia fazer a fiscalização

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 14/07/2020 08h02 - Atualizado em 14/07/2020 08h46
EFE/EPA/WILL OLIVER A mudança de direção no governo britânico ocorre ao mesmo tempo em que um novo estudo alerta para os riscos de contágio durante o inverno

Quase quatro meses depois da quarentena e com cerca de 45 mil mortes causadas pelo Covid-19, só agora as máscaras faciais serão obrigatórias no Reino Unido. Como em praticamente todas as outras decisões relacionadas ao combate do coronavírus, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, levou o seu tempo para seguir o resto do mundo.

Quem vê imagens de Londres pode ficar impressionado pela falta de proteção facial, que se tornou tão comum no mundo inteiro. Além de não ser cultural, como Johnson lembrou no parlamento, o governo nunca incentivou a utilizou de máscaras por questionar a eficácia delas. No entendimento dos conservadores britânicos, cobrir o rosto poderia levar as pessoas a descumprirem outras regras mais importantes para evitar o coronavírus, como o distanciamento social. Mas agora o governo dá meia volta.

A partir de 24 de julho as máscaras finalmente serão obrigatórias também no comércio. Quem descumprir a regra poderá ser multado em até 100 libras e caberá à polícia fazer a fiscalização com a ajuda dos comerciantes. A mudança de direção no governo britânico ocorre ao mesmo tempo em que um novo estudo alerta para os riscos de contágio durante o inverno.

Ainda não está claro como o vírus se comporta e a ideia de que as contaminações em massa ocorreriam em maior ou menor número devido à questões climáticas não está cientificamente comprovada. Mas é inegável que no inverno os ambientes fechados têm menos circulação de ar e mais pessoas confinadas. Um modelo científico divulgado por médicos britânicos fala em quase três vezes mais mortes causadas pelo Covid-19 durante o próximo inverno se as medidas de precaução para uma segunda onda não forem adotadas agora.

França

Enquanto isso, na França, o governo de Emmanuel Macron acabou cedendo a pressão popular e anunciou um pacote de aumento salarial para trabalhadores da área da saúde considerado histórico. Na média, os funcionários do setor vão receber cerca de 180 euros de aumento por mês. O anúncio ocorre durante o tradicional feriado do Dia da Bastilha, que neste ano tem suas celebrações adaptadas à realidade do distanciamento social trazida pela pandemia. A França, que é um dos mais países mais afetados pelo Covid-19 na Europa, soma cerca de 200 mil pessoas contaminadas e 30 mil mortes.

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