USP apoia Capes na defesa do orçamento para educação e pesquisa

  • Por Jovem Pan
  • 04/08/2018 11h44 - Atualizado em 04/08/2018 11h51
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Pixabay Mulher manuseando equipamentos do setor químico Governo Federal pode reduzir orçamento da Capes em até R% 600 milhões

A USP tem acompanhado com atenção a aprovação do orçamento para o campo da educação em 2019. Ao longo dessa semana vazou a informação de que o governo federal pretende reduzir os investimentos na Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), entidade responsável pelo desenvolvimento de pesquisa no País.

Em entrevista à Jovem Pan, o pró-reitor de pós-graduação da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, destacou que a redução de aportes na Capes pode ser de até R$ 600 milhões, o que resultaria em impactos significativos nas atividades de pesquisa.

“A USP tem uma relação forte com entidades do governo federal, entre eles a Capes que financiam bolsas mestrado e doutorado. Essa diminuição no orçamento seria muito negativa para uma área que é sensível ao país que é a educação e pesquisa, que podem comprometer o desenvolvimento do estado de São Paulo e do Brasil”, explicou Carlotti Junior.

De acordo com o pró-reitor, o financiamento à pesquisa deveria ser planejado à longo prazo e sem alterações anuais. “Imagina o aluno que está terminando a graduação e receber essa notícia de corte? Provavelmente ele desviar para outra atividade e não fazer a pós-graduação”, afirmou.

Carlotti Junior enfatizou o movimento da Academia em prol da Capes e cobrou da presidência da República uma postura mais firme sobre o episódio, pois, segundo ele, é preciso definir se haverá cortes ou não.

“Não afeta só um ano. É uma política de longo prazo. Estamos tratando da formação de jovens cientistas que ficarão aqui por 30 anos. Se cortarmos essas bolsas vai ficar um ‘gap’ muito grande na ciência do país”, argumentou.

Carlotti ressaltou que a expectativa é para que se desenvolva uma política de estado, sem depender de governos futuros. Uma espécie de contrato de longo prazo.

“Um exemplo que temos é a Fapesp, que desde 1960 realiza pesquisas independente do governo de São Paulo. Se dependermos de um governante entrando e saindo, vamos viver uma instabilidade muito grande”, finalizou.

*Com informações do repórter Daniel Lian

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