USP restringe prática de ciclistas na Cidade Universitária

A primeira restrição é controlar os horários dos treinos que só poderão ocorrer às terças, quintas e sábados, das 4h30 às 6h30

  • Por Jovem Pan
  • 03/06/2019 09h13 - Atualizado em 03/06/2019 10h43
Divulgação/USP Imagens A Universidade de São Paulo adotou novas medidas para restringir a atividade de ciclistas esportivos na Cidade Universitária por causa de reclamações. A Universidade de São Paulo adotou novas medidas para restringir a atividade de ciclistas esportivos na Cidade Universitária por causa de reclamações.

A Universidade de São Paulo (USP) adotou novas medidas para restringir a atividade de ciclistas esportivos na Cidade Universitária por causa de reclamações. A primeira é controlar os horários dos treinos que só poderão ocorrer às terças, quintas e sábados, das 4h30 às 6h30.

Outra restrição é ter no máximo quatro atletas por pelotão. O prefeito da USP, Hermes Fajersztajn, explica que a ideia é conscientizar os ciclistas.

“O maior número de reclamações que recebo é no conflito entre a comunidade e o ciclista esportivo. Tivemos casos de agressão, de brigas, de transgressão de regras de trânsito e atropelamentos. Nós culminamos, no ano passado, com uma criança que estava sendo treinada num programa do instituto de matemática e que foi atropelada e teve de ir ao hospital, teve fraturas, todas as consequências”, disse.

Transitam na cidade Universitária 100 mil pessoas por dia. Com certeza é o lugar mais apropriado para a prática do ciclismo.

A engenheira Patrícia Nobre diz que para evitar acidentes, todos devem ter respeito: motorista, ciclista e pedestre. “Tem que ser conversado, com o pessoal de assessoria, tem muita gente que vive disso, isso gera emprego para caramba, muita gente está aqui por conta de saúde. Não dá para proibir. Acho que tem que regulamentar. Sou a favor de regulamentar, mas não proibir da maneira como foi feito”, disse ela.

Além disso, a partir de agora os ciclistas devem fazer um cadastro no site da USP, obter um certificado, colocar no capacete e essa identificação é válida por um ano.

O engenheiro Ricardo Nobre, marido da Patricia aprovou a ideia. “É muito bom para o ciclista que vem aqui se exercitar com uma assessoria registrada estar identificado. Isso para nós é até um sinônimo de segurança. A USP está certíssima de fazer isso, assim como está certíssima em exigir a preferência do pedestre, tem que ser exigido isso.”

A praça do relógio solar na USP é onde os ciclistas se reúnem durante a semana e nos finais de semana para poder treinar. De acordo com Leo Tuabarão, que é professor, a USP deveria se preocupar com outros problemas, como educação, segurança — principalmente das mulheres — e não em restringir o uso dos ciclistas.

“Eu acho um absurdo hoje em dia, nesse país aqui dentro da USP, mobilizar um monte de policiais para ficar controlando atletas que estão treinando para melhorar saúde, competição, representar o país lá fora e aqui dentro mesmo. Enquanto isso a gente é roubado, vários bandidos assaltam a gente aqui na USP, episódio atrás de episódio, estupram mulheres aqui, as próprias estudantes na USP”, criticou o professor.

Por enquanto não haverá fiscalização, apenas conscientização. O grande problema é que se restringe o número e o horário dos ciclistas na USP mas a prefeitura não propõe novas rotas alternativas.

Para se ter uma ideia no ano passado tiveram apenas treze ocorrências envolvendo ciclistas, entre acidentes e discussões.

*Com informações do repórter Victor Moraes

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