Valor do barril de petróleo Brent pode superar os US$ 180 se a guerra persistir até o fim de 2022

Projeções apontam para aumentos nos combustíveis, levando a gasolina a R$ 10 e o diesel a R$ 6,50 no Brasil

  • Por Jovem Pan
  • 07/03/2022 09h07 - Atualizado em 07/03/2022 10h59
MIGUEL NORONHA / FUTURA PRESS / ESTADÃO CONTEÚDO petrobras Distribuidores cobram o governo federal e a Petrobras para segurar a alta nos preços dos combustíveis.

Nesta semana, o barril do tipo Brent do petróleo subiu acima de US$ 139 (R$ 703) no comércio da Ásia, o maior dos últimos 13 anos. Numa nota, o JP Morgan Chase, de Nova Iorque, avalia que o Brent poderia terminar o ano em US$ 185, caso o fornecimento russo continue interrompido no mercado global, já que a Rússia é o terceiro maior produtor de petróleo do mundo e o segundo maior exportador. No Brasil, distribuidores já cobram o governo federal e a Petrobras para segurar a alta nos preços dos combustíveis.

O diretor da AbriLivre, Associação Brasileira dos Revendedores de Combustíveis Independentes e Livres, Rodrigo Zingales, reforça uma situação excepcional. “Eu acho que é muito importante que os nossos governantes e, principalmente, a área econômica, aqueles que são mais favoráveis ao liberalismo, vejam que a gente está numa situação bastante peculiar. E que é importante, que nesse momento, a gente pense no Brasil e não em um grupo restrito de acionistas ou mesmo numa ideologia de uma política liberal e, especificamente nesse momento, que combustíveis deixem de aumentar, porque isso é péssimo para revendedor, péssimo para o consumidor e péssimo para o Brasil como um todo”, afirma.

Projeções apontam para uma gasolina a R$ 10 e o diesel a R$ 6,50 no Brasil. “Pode ser que haja estado em que possam até chegar a R$ 10. Mas vamos torcer para que não seja esse número, porque se for esse número, se a gente já está numa inflação de dois dígitos, a gente corre o risco da inflação duplicar. E a gente sabe que inflação é péssimo para qualquer país e, principalmente, para o país que está tentando retomar um crescimento econômico, como o nosso”, afirma Zingales. Por enquanto a AbriLivre não registra oscilações significativas nos preços dos combustíveis, mas a continuidade da guerra no leste europeu provoca um cenário de preocupação no mercado global. A Petrobras adota a política de paridade de preço internacional. E, neste momento, já estaria em defasagem em relação aos preços praticados no mundo.

*Com informações do repórter Marcelo Mattos 

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