Vazamento de transferências do PCC é ‘conduta grave’, diz promotor

  • Por Jovem Pan
  • 14/02/2019 10h12 - Atualizado em 14/02/2019 10h46
Billy Boss/Câmara dos Deputados Lincoln Gakiya, do Gaeco, integra os trabalhos de condução e remoção dos líderes do PCC em São Paulo

Em entrevista ao Jornal da Manhã nesta quinta (14), o promotor de justiça Lincoln Gakiya classificou como ‘conduta grave’ o vazamento de informações à imprensa sobre as recentes transferências de líderes da facção criminosa PCC.

“A liberdade de impresa é garantida ao jornalista pela Constituição, mas é preciso equacionar as coisas”, defendeu Gakiya. “Alguma autoridade vazou essa informação, tirando o caráter de surpresa da operação, que foi pensada para prevenir ataques. É uma conduta grave, precisamos apurar”.

O promotor integra o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que ajudou a conduzir os trabalhos de remoção e transferência de mais de 20 líderes do PCC de São Paulo. Entre eles, Marcos Camacho, o Marcola.

Os criminosos foram escoltados pelo Departamento Penitenciário Federal (Depen) e pela Polícia Militar de São Paulo para penitenciárias federais. “O isolamento de lideranças é estratégia necessária para o enfrentamento e o desmantelamento de organizações criminosas”, disse o governo estadual em nota.

O pedido de remoção das lideranças foi feito em novembro do ano passado, após investigações constatarem que havia um plano de resgate de Marcola da penitenciária de Presidente Venceslau, no extremo oeste paulista.

“A intenção era evitar um resgate cinematográfico. Essa remoção tem sido preparada desde então, temos mapeado integrantes das facções que estão no sistema penitenciário do estado e de fora para minimizar os efeitos dela. E o estado não poderia retroagir, mesmo sob qualquer ameaça de retaliação”, apontou o promotor.

Gakiya havia sido citado em cartas trocadas pelos integrantes da facção como um possível alvo de ataques do grupo, juntamente com outras autoridades de segurança pública do estado. “Minha escolta foi reforçada, tenho restrições de lugares para ir com a família, mas já estou há 12 anos nisso, acabei me acostumando”, afirmou o promotor.

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