Paulo Guedes: ‘Vazamentos visam prejudicar a reforma da Previdência’

  • Por Jovem Pan
  • 11/06/2019 07h54 - Atualizado em 11/06/2019 09h13
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Paulo Guedes destacou a urgência da reforma previdenciária e criticou governos anteriores por terem adiado o assunto

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que vazamentos de conversas de autoridades tentam atrapalhar a tramitação da Reforma da Previdência. A declaração foi dada nesta segunda-feira (10) na Sessão Plenária da Ordem dos Advogados do Brasil, em Brasília.

A manifestação do ministro ocorreu um dia após trocas de mensagens do atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e de procuradores da Lava Jato terem sido divulgadas pelo site The Intercept Brasil.

De acordo com Paulo Guedes, os vazamentos têm a intenção de “paralisar a marcha dos eventos”. “E não foi por falta de tentativa, toda hora tem uma. Michel Temer, teve o filho do Bolsonaro, o outro não sei o que lá, hoje é do Moro… Só os senhores têm capacidade de examinar o mérito, mas não é coincidência que estoura essa bombinha toda hora, cada hora estoura uma.”

Paulo Guedes destacou que a questão previdenciária é urgente, mas os governos anteriores não enfrentaram o assunto. “O Fernando Henrique foi fazer essa Reforma aos 47 do 2º tempo, depois o Lula perdeu a chance, depois a Dilma, todo mundo dá aquela distraída aos 47 do 2º tempo. Ora, não há mais tempo para distrair. Ou ataca agora ou esse buraco negro fiscal engole o Brasil inteiro.”

O ministro da Economia ainda usou uma metáfora para defender que o atual regime de previdência é insustentável. “Nós estamos esperando que os nossos filhos entrem, tragam os nossos paraquedas, nós vamos pular e eles vão seguir. E já se sabe que esse avião vai cair. Então seria uma irresponsabilidade nossa com as gerações futuras fingir que não estamos vendo isso. E todos estão vendo.”

As falas de Guedes ocorreram na mesma sessão em que a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) aprovou, por unanimidade, uma nota pública manifestando “perplexidade e preocupação com os fatos recentemente noticiados pela mídia”.

No documento, a OAB se demonstrou preocupada “tanto pelo fato de autoridades públicas supostamente terem sido ‘hackeadas’, quanto pelo conteúdo das conversas veiculadas”. Na nota, o Conselho Nacional da OAB recomendou “que os envolvidos peçam afastamento dos cargos públicos que ocupam, para que as investigações corram sem qualquer suspeita”.

Para o presidente da Ordem, Felipe Santa Cruz, o caso tem que ser conduzido de forma coletiva, serena e cuidadosa. “Nós devemos ter muita cautela com esse processo, com seu mérito, porque grandes esperanças do povo brasileiro foram depositadas nesse processo. Nenhuma afirmação nossa em relação ao mérito do processo pode ser precipitada porque não é da nossa tradição.”

Em nota, o ministro Sérgio Moro afirmou que o conteúdo das mensagens não indica qualquer anormalidade ou direcionamento da atuação como magistrado. Também no documento, a Força Tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba afirmou que há “nítida orientação ideológica” no site, que teria publicado conteúdo “tendencioso”. Os procuradores ainda disseram que as mensagens “refletem atividade desenvolvida com pleno respeito à legalidade e de forma técnica e imparcial”.

* Com informações do repórter Afonso Marangoni

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