Vistoria da CPI demonstrou situação ‘degradante’ em invasões do MST, diz Salles

Colegiado fez um balanço da visita de membros à região do Pontal do Paranapanema, área de invasões em São Paulo

  • Por Jovem Pan
  • 14/06/2023 06h59 - Atualizado em 14/06/2023 07h09
FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Ricardo Salles durante a CPI do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), na Câmara dos Deputados em Brasília (DF), nesta terça-feira (23). Ricardo Salles durante a CPI do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), na Câmara dos Deputados

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) fez um balanço da visita dos membros do colegiado à região do Pontal do Paranapanema, área de invasões em São Paulo. Os membros da comissão apreciaram o texto do relator, o deputado Ricardo Salles (PL-SP), que acompanhou a comitiva no Estado. No relatório, Salles apontou que durante as visitas foi observada as “condições degradantes” dos invasores em termos de direitos humanos. “Possivelmente em condições muito piores do que aquelas que são encontradas em trabalhadores alegadamente em situação análoga à escravidão na agricultura. Em todas as invasões há grande quantidade de barracos desocupados, dando impressão que estão dispostos apenas como marco. A desculpa dada era de que os invasores dos barracos vazios estavam trabalhando na roça”, comentou o relator, que também chamou atenção para uma das fazendas. Segundo Salles, o local continha um barraco usado para guarda de máquinas e implementos agrícolas, além de ter sido transformado em um “centro de doutrinação comunista”. Cinco pessoas participaram das oitivas em São Paulo e contaram ter sofrido ameaças e extorsões da Frente Nacional de Luta, presidida por José Rainha. Os vídeos dos depoimentos foram reproduzidos na CPI. Deputados da base vão apresentar um relatório paralelo das primeiras diligências da comissão. Eles afirmam que existe uma tentativa de criminalizar o MST. A deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) disse que os parlamentares da CPI, durante as primeiras visitas, cometeram abuso de autoridade. “Isso aqui é um circo armado para tentar enganar a população. Mas os efeitos estão sendo contrário aos interesses”, frisou. Nesta quarta-feira, 14, os membros do colegiado se reúnem para audiências públicas e votações de requerimentos.

*Com informações da repórter Iasmin Costa.

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