Viúva de Marielle Franco diz que Pezão tem sangue nas mãos

  • Por Jovem Pan
  • 30/03/2018 08h44
Reprodução/Instagram Marielle Franco foi assassinada no centro do Rio de Janeiro com quatro tiros

Viúva de Marielle Franco afirmou que haverá sangue nas mãos do Governador do Rio de Janeiro até que a Polícia Civil resolva o caso. Mônica Tereza Benício discursou nesta quinta-feira na cerimônia de reabertura da Biblioteca Parque de Manguinhos, que foi rebatizada com o nome da vereadora.

Luiz Fernando Pezão esteve presente na reinauguração e recebeu vaias da plateia. Durante a o discurso, Mônica Tereza falou diretamente ao governador fluminense: “Seu governador desculpe, mas há sangue nas suas mãos e nas mãos de todos que estão aqui enquanto o caso de Marielle não for resolvido”, disse a viúva.

Mônica Tereza ainda cutucou o governador Pezão em um outro momento da fala, quando disse que o Estado não faz mais que a obrigação em reabrir a biblioteca de Manguinhos.

Para identificar os possíveis envolvidos no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, a Polícia Civil do Rio de Janeiro tem cruzado informações de antenas de celulares. Com o silêncio sobre as investigações, a Organização das Nações Unidas divulgou nesta semana um comunicado pedindo uma apuração rápida e imparcial do caso, que classificou como alarmante.

A demora nas investigações retoma a discussão sobre uma possível federalização do caso. João Paulo Martinelli, advogado criminal e professor de direito penal do curso de pós-graduação do IDP de São Paulo, explica de que forma isso poderia ser definido. Esse incidente de deslocamento de competência pode ser aplicado nos casos em que há uma demora na apuração dos fatos e indícios de que determinada violação aos direitos humanos possa ficar impune. Portanto, a União assumiu um compromisso internacional de apurar a violação aos direitos humanos. A procuradora-geral da República pode solicitar ao STJ, a mudança da justiça estadual para a justiça federal.

O advogado criminal João Paulo Martinelli destaca que casos como esse são excepcionais no país, mas podem ocorrer se existir uma demora injustificável na apuração dos fatos. No âmbito das fake news, o Facebook, por determinação da Justiça, tinha até essa quinta-feira para retirar publicações falsas com o nome da vereadora.

*Com informações do repórter Matheus Meirelles

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