Votação de denúncia contra Temer em plenário volta a expor divisões internas do PSDB

O PSDB foi um dos partidos mais divididos na votação que rejeitou a denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara nesta quarta-feira (02). Desde o início da atual crise política, lideranças têm divergido sobre sair ou não do Governo.
Isso se refletiu no plenário: 22 tucanos votaram a favor da denúncia e 22 votaram contra. Quatro deixaram de comparecer.
A orientação de voto do PSDB foi “não”, contra a suspensão das investigações – arquivamento esse defendido no relatório de um tucano, Paulo Abi-Ackel.
O líder do partido na Câmara, deputado Ricardo Trípoli, explicou que o encaminhamento contra o Governo foi decidido em reunião de bancada: “por maioria da bancada se decidiu que eu deveria encaminhar contra o parecer exarado na CCJ. O que quer dizer que faz com que nós tenhamos uma postura de que nós temos que acolher a denúncia”.
Além de ser o segundo maior partido da base aliada, o PSDB ocupa quatro ministérios. Dois ministros do partido que são deputados foram exonerados para votar a favor de Temer.
Porém, essa divisão interna desagrada a alguns partidos da base. Por terem sido mais fiéis ao Planalto, eles querem mais cargos de primeiro escalão.
O líder tucano Ricardo Trípoli não viu contradição entre o espaço que o PSDB tem no Governo e a postura na Câmara: “temos que ouvir o que a população quer e traduzimos dentro do parlamento. Não vejo nenhuma incoerência na postura do PSDB. Acho que cada um exerce de forma democrática o exercício do seu mandato”.
Na manhã desta quarta, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, defendeu que o PSDB desembarque do Governo depois de aprovar as reformas.
*Informações do repórter Levy Guimarães
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