Zema: Governo federal é quem pode tomar medidas para amenizar impacto do coronavírus
As grandes ações, aquelas que terão impacto no combate ao novo coronavírus e nos seus reflexos, vão ser tomadas pelo governo federal. É o que avalia o governador de Minas Gerais, Romeu Zema. “A possibilidade de eu e outros governadores assumirmos novos compromissos na Saúde é extremamente limitada.”
Em entrevista ao Jornal da Manhã, Zema deu o próprio exemplo e disse que ainda deve 15% do 13º salário de 2019 aos servidores públicos do Estado. “A margem de manobra dos governadores é pequena. O governo federal é quem tem capacidade de se endividar e que pode fazer uma série de medidas. Se for em conjunto é muito melhor, mas falta coordenação.”
Romeu Zema destacou que muitos Estados e municípios estão tomando atitudes isoladas e que “há muita gente querendo tomar providências e se considerando acima de qualquer especialista”. “É necessário haver amadurecimento por parte de quem toma decisões para que não tenhamos posicionamentos isolados e conflituosos.”
Segundo ele, com a queda de arrecadação do ICMS, cabe ao governo federal tomar medidas que amenizem a recessão e que assegure parte da renda. “Ontem foi anunciado o pacote para os informais, mas os trabalhadores formais também precisam de uma segurança. Se tudo isso persistir as empresas podem demitir em massa e seria bom fazer como alguns países já fizeram.”
A sugestão de Romeu Zema é que, nesse caso, as empresas entrem com uma parcela do apoio e o governo com a outra. “Nessa condições o trabalhador tem pelo menos como se manter até o fim da situação.”
Quarentena
De acordo com Zema, em Minas Gerais a situação hoje é que todos os estabelecimentos não essenciais e shoppings centers estão fechados. Mas, a partir da próxima semana, a questão da reabertura já será discutida. “Na minha opinião é possível conciliar cuidado e consciência.”
“Estaremos em discussão com várias entidades de classe a fim de ver a possibilidade de que pelo menos parte funcione, nem que seja de uma forma precária.” Segundo ele, isso significa um funcionamento com menos empregadores e menos clientes. “Mas pelo menos já trabalhando de uma forma que não fique 100% paralisado, tomando as medidas necessárias de higiene e sanitarismo.”
Leitos de UTI
Romeu Zema afirmou que o Estado tem tomado todas as medidas necessárias para o caso do sistema ter dificuldade no combate ao novo coronavírus, mas ele afirma esperar que isso ocorra no “maior horizonte de tempo possível”.
Segundo ele não é preciso construir hospitais de campanha porque os 853 municípios tem muitos hospitais já existentes com alas vagas ou então com unidades de enfermaria que poderiam ser melhor equipadas para receber os pacientes da covid-19. Com isso, ele prevê a elevação de pelo menos mais 2 mil leitos.
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