Zuckerberg vai à Europa após escândalos de vazamentos do Facebook

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 17/05/2018 11h39 - Atualizado em 17/05/2018 11h39
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EFE/SHAWN THEW Mark Zuckerberg Presidente do Facebook Mark Zuckerberg durante depoimento ao comitê de Energia e Comércio de Washington DC, nos EUA; o presidente do parlamento europeu anunciou a presença de Zuckerberg para falar sobre proteção de dados

O criador do Facebook, Mark Zuckerberg, vem a Europa dar explicações sobre como os dados pessoais na rede social estão sendo protegidos.

O americano vai dar detalhes na semana que vem sobre as medidas adotadas por sua empresa depois do escândalo envolvendo a Cambridge Analítica, que utilizou irregularmente os dados de milhões de usuários do Facebook na campanha eleitoral dos Estados Unidos. A empresa com sede em Londres acabou fechando as portas, mas a polêmica continua.

Zuckerberg vai se encontrar com o presidente Emanuel Macron, na França, também para discutir a tributação das empresas de tecnologia, antes de ir a Bruxelas falar com as autoridades europeias.

O assunto é extremamente sensível na Europa neste momento porque no próximo dia 25 entra em vigor a nova regulamentação de proteção de dados pessoais no bloco, a chamada GDPR na sigla em inglês.

Está ocorrendo uma mudança radical na forma como os dados pessoais são coletados e armazenados pelas empresas, não só da Europa, mas qualquer uma que tenha negócios e serviços sendo oferecidos a residentes do continente.

Se a GDPR já estivesse em vigor quando o escândalo da Cambridge Analytica ocorreu, o Facebook poderia ser multado em até 4% de seu faturamento, o que daria mais ou menos dois bilhões de dólares.

O parlamento europeu quer Zuckerberg apresente medidas efetivas para proteger os dados pessoais de seus usuários, além de combater outra praga da internet que são as informações falsas.

O tema aliás é de bastante relevância para o Brasil, que discute no Congresso o cadastro positivo neste momento, mas não tem leis próximas à regulamentação de proteção de dados pessoais da Europa.

Essas informações podem ser chamadas de commodities do século 21 porque valem muito dinheiro e tem potencial para ajudar a manipular a opinião pública.

Por isso a Europa modernizou sua legislação em relação ao tema e seria de bom grado que o Brasil fizesse o mesmo. Mas como nesse caso não há lobby para acelerar o processo, talvez a gente ainda tenha que esperar bastante tempo.

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