Alimentos puxaram inflação para baixo em 2017, explica economista

  • Por Jovem Pan
  • 21/12/2017 15h18 - Atualizado em 21/12/2017 15h18
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Stevepb/Pixabay inflação Preço dos alimentos subiu muito nos anos anteriores e caiu em 2017

Em entrevista ao Jornal Jovem Pan, o economista Everton Carneiro, da RC Consultores, avaliou o desempenho da inflação em 2017, puxada para baixo pelo grupo de alimentos.

“Quando a gente olha para a inflação de 2017, ela surpreende pelo baixo nível”, diz.  “Dentro dos preços, o que mais se destaca certamente é a alimentação”. O grupo teve deflação no ano.

O analista tenta explicar por que a população não sente essa queda de preços no bolso. “Os preços subiram muito em 2015 e 2016 e caíram em 2017, mas podem estar altos ainda”, pondera.

Além disso, o IPCA leva em conta 365 itens de alimentação em sua pesquisa. Então, alguns itens podem ter tido queda no preço enquanto o valor de outros, como a carne, aumentou.

Se a inflação caiu, alguns produtos surpreendem pela alta de preço no mercado. Os planos de saúde tiveram alta de mais de 12% neste ano, “o que é bastante coisa”. No ano anterior, já havia tido alta de 13% e 10% em 2015. O setor de energia também teve alta.

Porém os alimentos, que contam muito no IPCA, índice oficial de inflação, “puxaram o índice para baixo”.

Em 2018, o setor deve continuar relevante. “O mais importante para manter a inflação na média vão ser justamente os alimentos”, disse Carneiro. E os alimentos são itens muito voláteis: uma chuva a mais ou a menos, a quebra de uma safra são fatores que podem fazer aumentar os preços.

Porém, o cenário é otimista para ano que vem.

estamos com uim índice de inflkação bastante confortável e esse não deve ser um problema para 2018″, destacou o economista.

Ouça a entrevista completa:

Veja os números mais recentes do IPCA:

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) registrou alta de 0,35% em dezembro, após ter avançado 0,32% em novembro, informou nesta quinta-feira, 21, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado ficou em linha com a mediana das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, que esperavam uma alta entre 0,25% e 0,40%.

Com o resultado anunciado nesta quinta, o IPCA-15 acumulou um aumento de 2,94% no ano de 2017, abaixo do piso de 3% da meta de inflação perseguida pelo governo. O resultado de 2017 foi o mais baixo desde 1998, quando havia registrado alta de 1,66%.

Em 2016, o indicador fechou o ano em 6,58%. No mês de dezembro do ano passado, o IPCA-15 tinha sido de 0,19%.

Já as famílias brasileiras gastaram menos em dezembro com Alimentação e Bebidas (-0,02%), Artigos de residência (-0,27%) e Comunicação (-0,26%).

A queda em Alimentação e Bebidas foi menos intensa que a registrada nos seis meses anteriores, mas vários produtos ainda ficaram mais baratos, como feijão-carioca (-5,02%), batata-inglesa (-3,75%), tomate (-2,88%), frutas (-1,40%) e carnes industrializadas (-1,29%).

Por outro lado, houve pressão dos aumentos no óleo de soja (1,92%) e nas carnes (0,41%).

No grupo Artigos de Residência, a queda em dezembro foi influenciada pelos itens TV, som e informática (-1,61%) e eletrodomésticos (-0,51%).

Em Comunicação, o resultado negativo foi puxado pelo item aparelho telefônico (-2,24%) e pelo telefone fixo (-0,76%), que registrou o realinhamento nos valores do minuto e da assinatura nos planos de algumas operadoras a partir de 08 de novembro.

Para os próximos anos

O Banco Central revisou as projeções para a inflação deste e do próximo ano no cenário de referência. Segundo o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado nesta quinta-feira, 21, o cenário de referência prevê IPCA de 2,8% em 2017. No relatório de inflação divulgado em setembro, o BC esperava alta de preços de 3,2% este ano. O BC deixou de publicar as estimativas do cenário de referência que utiliza câmbio e juros constantes nas atas dos encontros do Comitê de Política Monetária (Copom).

Para 2018, conforme o RTI, o Banco Central projeta no cenário de referência que o IPCA ficará em 4,0%, e não mais em 3,8%, como visto no documento de setembro.

O BC informou ainda, no RTI, que a projeção para o IPCA em 2019, pelo cenário de referência, está em 4,1%, ante os 3,7% do documento anterior. No caso de 2020, o porcentual projetado é de 4,2%, ante 3,8% no RTI de setembro.

Nos cálculos do cenário de referência, o BC considerou uma Selic de 7,00% ao ano e um dólar a R$ 3,30.

Com informações de Estadão Conteúdo

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