Concentração não colabora com retomada, diz economista
Os quatro maiores bancos do País fecharam 2017 com com 78% do mercado de crédito e 76% dos depósitos, informou nesta terça-feira o Banco Central. O lucro dos maiores bancos voltou a crescer.
“Percebemos o problema da concentração como uma questão que não colabora com essa retomada (da economia)”, avalia Luis Miguel Santacreu, da Austing Rating, em entrevista exclusiva ao Jornal Jovem Pan.
O economista ponderou por que os juros continuam altos no Brasil.
“A forma como está sendo discutido o problema dos juros no Brasil está correta. Não há um voluntarismo por parte do governo de criar maior competição. O Banco Central vem escutando os bancos, adotando medidas microeconômicas para reduzir o custo médio do dinheiro. Essa agenda tem que ser continuada e envolver não só o Banco Central, como a Fazenda e o Parlamento”, sugeriu.
Santacreu citou medidas que poderiam ajudar na diminuição das taxas.
“Se não houver por parte dos bancos, depois dessas medidas adotadas, a redução dos juros, isso vai mostrar que no Brasil a concentração é impeditiva para a retomada da economia”, disse.
O economista explicou que em termos de solidez os bancos já estão habilitados a dar crédito, mas o crédito ainda vem muito caro.
Santacreu destacou que medidas estruturais precisam de ser tomadas. “A agenda tem que ser discutida e ampliada para a imprensa, entidades de classe, setor industrial, político, pois é uma questão muito relevante para a economia brasileira”, defendeu.
Ouça a entrevista completa:
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