Congresso também ataca auxílio-moradia de juízes e senador ironiza: “vai ter auxílio-piquete?”
Projetos no Congresso Nacional visam a acabar com auxílio moradia, em contraponto à pressão de juízes que prometem cruzar os braços no dia 15.
Mais de um milhão de pessoas já se manifestaram no site do Senado a favor da sugestão popular que proíbe o pagamento do benefício.
Em 22 de março, o Supremo Tribunal Federal vai discutir o tema e as implicações para os servidores.
Um levantamento da ONG Contas Abertas indica que o auxílio moradia custou a estados e união cerca de R$ 5 bilhões nos últimos três anos.
O benefício é destinado a 17 mil magistrados e 13 mil integrantes do Ministério Público, sem contar os parlamentares.
O senador Randolfe Rodrigues, da Rede, avalia que o gasto é exagerado e favorece quem possui residência na mesma cidade em que trabalha. “Em todos os poderes houve um avanço substancial das despesas com o auxílio-moradia, que representam quase R$ 2 bilhões aos cofres da União”, disse.
Randolfe Rodrigues transformou as assinaturas em uma PEC, que não pode ser votada enquanto durar a intervenção na segurança do Rio.
Na Câmara, o deputado Rubens Bueno, do PPS, também tem um projeto que limita os penduricalhos e afirma que ninguém está “perseguindo” o judiciário.
“O auxílio-moradia é para aqueles que eventualmente vão prestar um serviço ou mesmo por tempo determinado”, sugere.
Rubens Bueno abriu mão do próprio auxílio moradia, depois que a imprensa revelou que ele morava em um apartamento da esposa, em Brasília.
O senador Roberto Requião, do MDB, ironiza a possibilidade dos juízes federais cruzarem os braços.
“Ameaçam agora com greve de juízes? Só falta agora que eles coloquem, além da greve, um auxílio-piquete e uma verba especial pública para fazer cartazes de manifestação”, disse Requião.
Na semana passada, Roberto Requião leu em plenário o relatório sobre a PEC que propõe o fim do auxílio-moradia de R$ 4.300.
O projeto não prevê o fim dos penduricalhos apenas para os parlamentares, abrange juízes, procuradores e servidores com carreira no Estado.
Ouça a matéria de Thiago Uberreich ao Jornal Jovem Pan:
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