“Este ano o dólar vai subir”, diz economista e diretor de corretora

  • Por Jovem Pan
  • 08/02/2018 16h06 - Atualizado em 08/02/2018 16h06
Marcello Casal Jr./Agência Brasil Saldo comércio no primeiro semestre bate recorde ao registar alta de 68,2% "Podemos ter um movimento reversivo muito grande na Bovespa e o dólar subir", pondera Sidney Neme

Sidney Neme, economista e diretor da NGO Corretora de Câmbio, comentou a baixa inflação divulgada pelo IBGE nesta quinta (8).

“Mais cauteloso” que o discurso otimista do governo, Neme diz que “a sensação que passa é que esse número não corresponde à realidade”. “Esse IPCA não anda sobre rodas”, brinca o economista, lembrando que a alta dos combustíveis, por exemplo, não é bem capturada pelo índice. ‘Talvez os pesos precisem ser revistos”, sugere.

Sobre os cortes na taxa de juros, o economista disse que “agora cessou”. “Acredito que seja muito temerário reduzir mais a taxa no momento em que o FED americano está pré-anunciando que vai aumentar a taxa nos EUA”.

Ele explica que há muitos “capitais de investidores especulativos, o chamado capital arisco”.

“Podemos ter um movimento reversivo muito grande na Bovespa e o dólar subir”, pondera.

Sobre os rumos gerais da economia, Neme diz: “se vamos crescer muito ou pouco, pouco importa. O importante é estarmos na direção certa”. Para o economista, “há uma propagação demasiada de um sucesso que ainda não é real”.

“O dólar foi administrado pelo governo no ano passado, com recompras para o sistema não puxar a taxa, e que não permitia que o preço dos alimentos subisse”, disse. “Se o dólar subisse ia impactar aqui internamente”.

“Agora, esse ano não vai acontecer isso. O dólar vai subir e nós vamos ter um movimento de saída do País de grande parte desses investidores porque as operações vão ficar “, afirmou Neme.

‘Nós vamos ter um movimento reversivo na Bovespa”, prevê.

“Com esse cenário de queda de juros aqui e subida de juros lá fora, nossos problemas fiscais e com um problema muito sério que não tem sido pontuado com a dimensão que provavelmente terá, que é o eleitoral, nós somos um risco e é provável que o investidor estrangeiro comece a se retirar”, disse.

Confira a entrevista ao Jornal Jovem Pan:

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