Europa faz “jogada comercial” com “critério louco”, diz vice da ABPA
Ricardo Santin, vice-presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), criticou a decisão da União Europeia de impor embargos para 20 frigoríficos brasileiros sobre a venda de carne de frango. Para Santin, “os embargos não têm base técnica para serem realizados”.
Os membros da Comissão Europeia votaram a favor nesta quinta-feira, 19, pela deslistagem de 20 unidades brasileiras exportadoras de carne de aves para o bloco europeu. Em nota, o porta-voz afirma que a medida proposta pela Comissão refere-se a “deficiências detectadas no sistema de controle oficial brasileiro” e que a medida começará a valer em 15 dias após a sua publicação oficial.
Para o vice-presidente da ABPA, uma pequena salmonela não compromete a qualidade da carne de frango. “Quando você tem uma salmonela genérica, se cozinhar ela, inativa, mata ela”, disse na entrevista.
Santin reconheceu erros na fiscalização do setor, mas disse que as operações policiais que os identificara, como a Carne Fraca, “tiveram equívocos de divulgação”.
“Os problemas tem que ser corrigidos, tido tem que ser feito, mas isso não representa o comportamento do setor”, disse o membro da ABPA, lembrando que o Brasil exporta sua carne para 160 países. “Todo mundo comeu essa carne e nunca teve nenhum problema de sanidade. O que a Europa está fazendo é uma jogada comercial”, classificou.
“O critério que a Europa está usando não é justo e não está dentro das regras mundiais do comércio”, criticou Santin.
Mesa e painel
Embora a ABPA apoie o governo brasileiro em um painel representado contra a União Europeia na Organização Mundial do Comércio (OMC), Santin defende que o Brasil encontre a solução imediata para o embargo na mesa de negociação.
Ele explica que o painel visa a evitar futuros embargos. “Subsidiamos o governo com alguns elementos para que esse painel possa ser vencedor”, disse. “O critério que a Europa está usando não é justo e não está dentro das regras mundiais do comércio”, afirmou.
“O Brasil tem que continuar negociando e a eficácia imediata tem que se dar na mesa de negociação”, ressaltou.
“A Presidência da República tem que entrar em campo porque há a possibilidade de perda de 15 mil empregos e 30 mil empregos indiretos e até a possibilidade de inflação no Brasil”, cobrou a ABPA.
“As empresas diminuem sua produção porque não tem para quem vender e então há um aumento de custo do alimento para os brasileiros, que não têm nada a ver com o critério louco que a Europa “, concluiu e classificou Santin.
“ABPA feliz com Parente”
Santin também comentou brevemente a possibilidade de Pedro Parente, presidente da Petrobras, assumir o conselho de administração da BRF, gigante do setor.
O vice da ABPA diz que Parente é “uma pessoa de reputação ilibadíssima e capacidade mais do que notória”.
“A ABPA fica feliz demais se o Pedro parente for eleito presidente do conselho”, afirmou, destacando a “capacidade imensa” do colega, que, projeta, “vai ajudar o setor no momento de crise”.
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