“Greve selvagem” é uma “trombada” no ritmo de crescimento da economia, diz professor da USP
Hélio Zylberstajn, professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP) o impacto da greve dos caminhoneiros na economia.
“(A greve) vai afetar o crescimento do PIB porque é uma semana em que grande parte da atividade econômica deixou de ser feita”, disse, destacando como exemplos os sacrifícios de animais na indústria de proteína e a paralisação na indústria automobilística.
“Esse quadro é um choque, uma trombada num ritmo que já estava lento da recuperação. É muito ruim”, classificou o professor em entrevista ao Jornal Jovem Pan.
“Greve selvagem”
Zylberstajn classificou o movimento como “uma greve espontânea”, em que “os trabalhadores decidem à margem, paralelamente às lideranças, iniciar os protestos”.
isso acontece quando a liderança sindical está descolada de sua base, o que não é uma novidade no Brasil”, ponderou.
“O que causa surpresa é o comportamento do governo, que encenou toda uma negociação com uma liderança que não representa ninguém”, criticou o professor.
Zylberstajn disse que “algumas marcas vão ficar” depois da greve.
“Começa o oportunismo político. Todas as áreas estão tentando capitalizar em cima disso. O movimento sindical está tentando capitalizar em cima desse movimento, mas são movimentos que não têm sustentação”, opinou o professor. Ele avalia que “uma greve para mudar o governo tem que ser bem organizada, vir debaixo”, o que não seria o caso.
Desemprego
Zylberstajn também avaliou os números do desemprego e e ponderou que a taxa atual é maior entre os que estão procurando um trabalho.
“Se colocar a taxa de desemprego nos últimos 24 meses, o que está acontecendo é um padrão sazonal”, afirmou sobre a alta dos índices. “A minha aposta é que ela (taxa) vai cair”.
“A situação está ruim, o desemprego é excessivamente alto, mas em grande parte o que está acontecendo é um movimento sazonal”, avaliou. “A tendência é de uma leve melhora daqui para frente”.
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