Incerteza política gera cautela no investidor, diz economista

  • Por Jovem Pan
  • 27/11/2017 15h12
Marcos Santos/USP Imagens Marcos Santos/USP Imagens "Cenário ainda é bastante positivo", diz Alex Agostini

O economista Alex Agostini, analista da Austin Rating, falou ao Jornal Jovem Pan sobre o cenário econômico brasileiro e perspectivas futuras.

Olhando os números do relatório Focus desta segunda (27), Agostini diz que “de fato é um cenário bastante positivo para 2018 em termos de inflação”. O economista se diz “bem otimista” para o ano que vem.

“Nossa estimativa é de 6,5% para a taxa Selic do ano quer vem”, diz também o economista da Austin Rating. Quando há uma convergência de expectativas para um nível de inflação baixa, aumenta a confiança do Banco Central para abaixar os juros, avalia.

Há, porém, uma ressalva. O preço do petróleo pode ser afetado em 2018 e isso pode ser transferido para os preços administrados, projeta. “É um risco que está sendo monitorado, mas hoje menor em relação a um cenário mais positivo”, pondera Agostini.

Dois riscos indiretos

Apesar de ver o cenário para 2018 como positivo para a inflação, o economista destaca “dois riscos indiretos ao controle de preços, à inflação”: as eleições e o ajuste de contas do governo.

Uma instabilidade política muito forte pode atingir a taxa de câmbio, como ocorreu em 2002, ano da eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Isso teria um impacto indireto, assim como um cenário fiscal turbulento. O impacto direto na inflação, já previsível, seria o dólar.

“Toda incerteza gerada pelo ambiente político acaba refletindo em cautela do investidor”, diz.

O economista ressalta, porém, que “hoje o cenário não é de ruptura, mas bastante positivo em torno de controle da inflação”.

“Acreditamos que ano que vem tenha uma estabilidade no campo fiscal”, projeta. Ele pondera, no entanto, que “não dá para passar muitos anos sem um controle fiscal”. As reformas, portanto, deverão ser feitas cedo ou tarde para o País resgatar a confiança do mercado internacional, avalia o economista.

“Hoje o cenário ainda é bastante positivo”, conclui.

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