Instabilidade emocional de Trump deixa mercados nervosos, diz economista
O economista Cláudio Frischtak, diretor da InterB Consultoria, falou ao Jornal Jovem Pan sobre o contexto do cenário econômico mundial e os últimos “tweets” do presidente dos EUA Donald Trump, que ameaçaram a Rússia e a Síria.
“A geopolítica está muito intrincada e relacionada à economia”, diz o economista. Há um nervosismo dos mercados relacionado à instabilidade emocional do presidente dos EUA. Isso faz os mercados sofrerem”, constata.
Apesar disso, ressalta, “a economia americana vai relativamente bem e deve crescer acima de 3% neste ano”. A economia chinesa “vai razoavelmente bem” e a europeia também. “Há muito pouco risco do ponto de vista estritamente econômico, mas a economia não se move sozinha”, ponderou.
“Esse é um dos momentos mais tensos que os países e a economia mundial estão vivendo, isso porque se sabe muito pouco dos topos de ações e reações que o presidente dos EUA vai ter”, disse Frischtak.
O analista pondera ainda que as ações de Trump têm o efeito de tentar “deslocar a atenção de sua questão legal”, uma vez que há suspeitas sobre interferência russa na campanha do presidente americano. “Esse fator adiciona ao nervosismo dos mercados”, disse.
Guerra comercial
Sobre as ameaças protecionistas de Trump, Frischtak espera uma resposta do gigante asiático.
“Ainda que o discurso do presidente da China tenha sido bastante moderado, a tendência é responder pelo menos na mesma medida”, afirmou.
Ele vê “riscos de protecionismo crescente”, mas ressalva: “por enquanto não se está apostando numa guerra comercial no sentido amplo que possa levar ao mundo numa nova recessão, mas pode ser que possa acontecer”.
“A probabilidade ainda é baixa, mas é crescente”, disse.
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