Máfia do pedágio no Paraná causa desconforto no comando do DER

  • Por Jovem Pan
  • 23/02/2018 16h16 - Atualizado em 23/02/2018 16h31
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Divulgação/Ecovias Pedágios no Paraná ficaram até 4 vezes mais caros com fraudes, diz MPF

O novo diretor do Departamento de Estradas de Rodagem no Paraná (DER-PR) toma posse nesta sexta-feira (23) e afirmou que a operação da Lava Jato que resultou na prisão do antecessor dele foi um “equívoco”.

Paulo Montes Luz substitui Nelson Leal, que foi detido nesta quinta-feira (22) durante 48ª fase, batizada de Integração.

De acordo com a Polícia Federal, empresas de concessões de rodovias adulteravam planilhas para justificar tarifa mais alta de pedágio. As propostas comerciais de obras no Paraná, feitas pelas concessionárias, chegavam ao superfaturamento de 89%.

O novo diretor-geral do DER, Paulo Montes Luz, ressalta que o Departamento nunca se esquivou de repassar informações ao Ministério Público Federal.

“A inclusão do DER na Lava Jato, a meu entender, não como diretor-geral do DER, mas como pessoa, foi um equívoco”, disse.

“Porque se a concessionária alega que pagou alguma coisa a advogado de São Paulo que tinha vínculo com Lava Jato lá de Petrobras, sei lá o que, envolver DER nessa jogada não faz sentido, pelo menos aqui no nosso nível de conhecimento do que a gente saiba que está acontecendo hoje em termos de pedágio no Paraná”, afirmou Montes Luz, referindo-se aos operadores Rodrigo Tacla Durán e Adir Assad, acusados de intermediar e lavar o dinheiro da propina no DER.

Na entrevista coletiva para explicar a operação, os procuradores explicaram que a Lava Jato não se limita à Petrobras.

O diretor do Departamento de Estadas de Rodagem no Paraná avisou ainda que as feridas não vão ficar abertas.

“É com muita coisa que foi falada, chama a atenção, é uma ferida aberta. Mas o problema é o seguinte: se nós não tivéssemos tomado nenhuma providência com esses termos aditivos ajustando os contratos, sim, essa ferida ficaria aberta”, disse Paulo Montes Luz.

O Ministério Público Federal vê “ilegalidade” em aditivos que aumentaram a tarifa do pedágio em 24% apesar de estudos do TCU e de consultoria contratadas pedirem a diminuição da taxa.

Apesar das justificativas do diretor do DER no Paraná, Paulo Luz, o valor desviado com o esquema pode ter chegado a mais de R$ 100 milhões segundo as investigações.

Com informações de Thiago Uberreich ao Jornal Jovem Pan:

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