Nada justifica atual aumento das taxas de juros, diz Anefac

  • Por Estadão Conteúdo
  • 08/03/2018 18h05
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Fotos Públicas Entidades de defesa do consumidor se dizem preocupadas com as mudanças no cadastro positivo, mas o comércio comemora. Na semana passada, o texto-base do projeto que muda as regras foi aprovado pela Câmara. O cadastro positivo é um banco de dados que existe desde 2011 e relaciona os clientes que são considerados bons pagadores. Até então, o consumidor precisava pedir pra ter o nome incluído, mas agora, todos que estiverem com as contas em dia entram na lista automaticamente. Quem não quiser, terá que entrar em contato com as instituições financeiras e solicitar a exclusão. Segundo Paulo Miguel, diretor-executivo da Fundação Procon de São Paulo, não há garantias de que os dados do consumidor estarão protegidos. O deputado Walter Ioshi, que foi o relator do projeto na Câmara, rebate e garante que não haverá violações. A aprovação do novo cadastro positivo agradou as empresas de crédito e os varejistas. O presidente da Associação Comercial de São Paulo, Alencar Burti, diz que é uma vitória do consumidor que mantém as contas em dia. Apesar da aprovação, os destaques do texto ainda serão apreciados pelo plenário da Câmara nesta semana. Depois, o texto segue para uma nova análise do Senado, de onde veio a matéria original. Economista vê uma “gordura muito grande nessas taxas de juros”, especialmente nas do cheque especial e cartão de crédito

Apesar da subsequente queda da taxa básica de juros (Selic), pesquisa mensal da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) mostrou que as taxas de juros das operações de crédito no Brasil voltaram a subir em fevereiro. A Selic, no entanto, caiu para 6,75% no mês passado.

Das seis linhas de crédito pesquisadas, duas reduziram as taxas em fevereiro (cartão de crédito – 12,67% ao mês – e CDC-bancos-financiamento de veículos – 1,97% a.m.). As demais aumentaram: cheque especial (12,28% ao mês), juros do comércio (5,44% a.m.), empréstimo pessoal de bancos (4,22% ao mês) e empréstimo pessoal de financeiras (7,50% ao mês).

Em entrevista exclusiva ao Jornal Jovem Pan, o vice-presidente da Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira, disse que essa os números representam uma “surpresa” e que “nada justifica” juros tão altos praticados pelo mercado em um ambiente econômico melhor.

Ele citou o “ciclo vicioso”, em que a taxa de juros é elevada para cobrir a inadimplência e torna seu pagamento mais dificultoso, aumentando a inadimplência.

Oliveira vê, no entanto, uma “gordura muito grande nessas taxas de juros”, especialmente nas do cheque especial e cartão de crédito.

“Nada justifica a subida dos juros nesse ambiente de melhora do cenário econômico”, afirmou.

Confira a entrevista completa:

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