Ninguém aguenta mais barganha, diz vice-líder do governo sobre reforma da Previdência

  • Por Jovem Pan
  • 16/01/2018 15h59
José Cruz/Agência Brasil José Cruz/Agência Brasil "Hoje as coisas estão mais palatáveis porque as pessoas passam a entender a necessidade da reforma", opinou Beto Mansur

Para o vice-líder do governo na Câmara, Beto Mansur, os deputados já devem ter definidos os seus votos sobre a reforma da Previdência após tanto tempo de tramitação da proposta de Michel Temer.

“Fica um absurdo dizer que ele (deputado) está indeciso. Ou ele está de um lado ou está do outro”, cobrou Mansur em entrevista ao Jornal Jovem Pan (PRB-SP) nesta terça-feira (16).

O parlamentar reconhece, no entanto, que o governo ainda não possui os 308 votos necessários para aprovar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) em fevereiro. Mansur conta “por volta de 267 voto” e diz que “faltam aí em torno de 40 a 45 votos para que a gente possa colocar isso no plenário”.

Questionado sobre a “barganha” que alguns deputados tentam fazer com o governo Temer, Mansur disse: “ninguém mais aguenta isso”.

Ele lembra que “o governo Michel Temer já liberou emendas ao orçamento da União para estados e municípios bem mais que os outros presidentes da República”.

“Não tem mais o que fazer. Na minha visão é um absurdo você ficar barganhando e barganhando e todo mundo vendo que as agências internacionais de risco já limitam o investimento no Brasil, os Estados e municípios numa situação muito difícil até para pagar os salários e o 13º de seus funcionários”, desabafou Mansur.

“Não sei qual convencimento ainda temos de fazer para a Câmara dos Deputados e o Senado”, disse.

Com cabo eleitoral em Santos, litoral paulista, Mansur afirmou que já “tomou pedrada” e foi questionado nas ruas por defender as mudanças nas regras da aposentadoria. Apesar disso, o deputado observa uma maior aceitação popular em relação à PEC.

“Hoje as coisas estão mais palatáveis porque as pessoas passam a entender a necessidade da reforma”, opinou o governista.

Mansur também chamou de “lenda urbana” a ideia de que os deputados podem se aposentar depois de apenas um mandato. Ele afirmou que devem ser retirados os “privilégios” de “juízes, promotores, juízes federais, todo mundo que trabalha na Câmara”.

O deputado disse que “Estados e Municípios, estão todos eles numa quebradeira geral”.

“Estamos em um crescendo pela aprovação da reforma porque a gente acertou o tom”, comemora Beto Mansur. Ele diz que “o trabalhador ligado ao INSS não será prejudicado” e reforça o discurso oficial de que a PEC visa a combater “privilégios” e “acabar ao longo do tempo com as aposentadorias de pensões, que são muito altas no Brasil”.

Mesmo assim, o deputado defende aumentar a idade mínima geral de aposentadoria para 65 anos de homens e 62 anos das mulheres.

Ouça a entrevista:

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.