OMC espera crescimento do comércio mundial abaixo de 3% pelo sexto ano seguido
A OMC espera um crescimento do comércio mundial abaixo de 3% pelo sexto ano consecutivo, resultado inédito desde o fim da segunda guerra. As projeções indicam que a expansão poderá chegar a 2,4%, melhor do que o resultado de 2016. As incertezas internacionais provocadas pelo governo de Donald Trump, por exemplo, prejudicam os negócios.
Segundo o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, o brasileiro Roberto Azevedo, o baixo crescimento não tem precedentes na história.
“Isso não tem precedentes. Desde a guerra, em 1947, lançamento do sistema multilateral, nunca aconteceu uma situação de crescimento comercial abaixo de 3% seis anos seguidos. Então, é uma situação que merece cuidados, que merece ser monitorada com atenção, acompanhada de alguns importantes desafios políticos”, afirmou o diretor.
“Esse sentimento de antiglobalização, que se vê em muita sociedade, esse sentimento de satisfação cresce em várias partes do mundo e muitos sentem que essa globalização só beneficiou alguns”, completou.
O diretor da OMC, que esteve no Senado para uma audiência com os parlamentares, declarou que o pacote brasileiro de privatizações depende da segurança dos investidores.
Para o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil, José Augusto de Castro, a China e Estados Unidos pesam para o baixo crescimento mundial. “Isso já era esperado e pesam dois fatores: primeiro, a eleição do Trump e as ameaças que ele tem feito de dificultar o comércio internacional, inclusive de acabar com a OMC. E segundo, a China, que passa por alguns problemas internos de excesso de dívidas, e isso acaba impactando nas exportações do País”, explicou.
José Augusto de Castro lembrou que a participação brasileira no comércio internacional é muito baixa: apenas 1,1%. O protecionismo e as dificuldades dos acordos bilaterais também interferem no crescimento econômico.
Na próxima semana, a OMC vai divulgar um relatório que condena o Brasil pela política de incentivos para a indústria automobilística: o Inovar-Auto. O programa foi criado no primeiro mandato de Dilma Rousseff e a ação foi movida por União Europeia e Japão.
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