Associações de policiais do Rio encaram intervenção federal com reservas
Policiais militares, civis e delegados encaram com reservas a intervenção na segurança do Rio, mas cobram linha dura contra a criminalidade.
Entidades que representam as categorias consideram a decisão do governo federal um “remédio amargo”. Os integrantes da corporações aguardam com ansiedade possíveis alterações nos comandos.
O presidente da Associação de Oficiais Militares do Rio, coronel Carlos Belo, acha que a intervenção só vai dar resultado com uma soma de esforços.
“Esperamos que essa intervenção não seja um ato meramente político, mas um ato para resolver a questão. E a gente só vai conseguir resolver essa questão de segurança pública com esse choque que está sendo dado se as forças vierem de forma efetiva usando a inteligência federal ou estadual no sentido de buscar os marginais onde quer que estejam e buscar as armas onde estejam escondidas”, disse.
O coronel Carlos Belo defende o fim das UPPs, que, na opinião dele, não deram resultado.
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Rio de Janeiro, Fernando Bandeira, torce por mudanças urgentes. “Espero que tanto o comando da Secretaria de Segurança como o comando da Polícia Civil, não sei se vai ser mudado ou não, mas esperamos que haja a continuidade do trabalho que vinha sendo feito pelo secretário Beltrame”, disse,
Bandeira, da Polícia Civil, avalia que a corporação tem 9.500 homens, enquanto que o mínimo necessário seria de 23.500 integrantes.
O presidente da Associação dos Delegados do Rio de Janeiro, Wladimir Sérgio Reale, usa a expressão linha dura.
“(A intervenção) não deixa de ser um remédio amargo, mas nesse ponto necessário. Mas vai depender das condições que o gestor vai imprimir nas pastas porque o grande problema no Rio de Janeiro é que milhares de bandidos, grande parte até com armamento de guerra, então não adianta evidentemente nada que não seja linha dura”, declarou.
O delegado Sérgio Reale avalia que a intervenção no Rio precisa do apoio do Ministério Público.
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