Políticos ficam em dúvida sobre condenação de Lula ou tê-lo na disputa das eleições

  • Por Jovem Pan
  • 23/01/2018 15h00 - Atualizado em 23/01/2018 15h02
EFE/Joédson Alves EFE/Joédson Alves O ex-presidente corre o risco de ser impedido de concorrer com base na lei da ficha limpa

Os possíveis adversários do ex-presidente Lula em uma campanha eleitoral cobraram justiça no julgamento desta quarta-feira, mas falam em enfrentamento nas urnas. O cenário eleitoral ainda está indefinido e depende dos desdobramentos da sessão no TRF-4.

O ex-presidente corre o risco de ser impedido de concorrer com base na lei da ficha limpa. O governador Geraldo Alckmin, pré-candidato do PSDB à presidência, preferiu não escolher adversário.

“Decisão judicial se respeita. Nós estamos preparados para enfrentar qualquer petista, seja quem for”, afirmou o tucano.

Em 2006, Geraldo Alckmin foi derotado por Lula no segundo turno das eleições.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, do DEM, argumentou que, perante à justiça, todos são iguais.

“Deixa a justiça decidir. Eu quero que o Lula dispute a eleição. Eu acho que pro Brasil é bom. Eu acho que ele vai perder, vai conseguir destruir esse discurso dele de que foi um grande um presidente na área social, que não foi. Ninguém tá acima da justiça brasileira, então a justiça que decida se o presidente é culpado ou não é culpado, e decida se ele tem condições de ser ou não candidato, do ponto de vista da legislação brasileira”, opinou o deputado federal.

Apesar de surgir como um presidenciável, Rodrigo Maia deve mesmo disputar a reeleição na Câmara.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, do PSD, avaliou que a política ganha com o maior número de candidatos concorrendo.

“Disputou, ganhou, perdeu…tudo bem. Politicamente, quanto mais candidato, melhor. Não só ele, qualquer um. Todos os candidatos que queiram disputar e tenham uma representatividade, do ponto de vista político, é bom. Agora, do ponto de vista judicial, é outra coisa”, disse o ministro.

Uma eventual candidatura de Henrique Meirelles vai depender da posição do PSD que, provavelmente, deve apoiar Geraldo Alckmin. Falando a Jovem Pan, o prefeito tucano João Dória também adotou o duplo discurso: da condenação e o do enfrentemento nas urnas.

“Eu, pessoalmente, espero que ele seja condenado pela justiça, pague por isso na prisão, pelos crimes que cometeu. Isso, estamos falando do primeiro processo. Mas o ideal, ideal é que ele pudesse ser derrotado nas eleições. Vencido nas eleições. Porque aí acaba o mito. E quem irá pra prisão será o Luiz Inácio. O Luiz Inácio Lula da Silva que enganou o Brasil durante 13 anos”, afirmou Doria.

O prefeito de São Paulo, João Dória, deverá, no entanto, respeitar a hierarquia partidária e não concorrer à presidência, mas ao governo do estado. No caso de quem ocupa cargo público, o prazo para desincompatibilização é o começo de abril.

*As informações de Thiago Uberreich

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