Presidente da comissão da Previdência: ‘Se dependesse do governo, teria andado muito pouco’

  • Por Jovem Pan
  • 27/06/2019 16h08 - Atualizado em 27/06/2019 16h37
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Marcelo Camargo/Agência Brasil Segundo ele, manifestações deste domingo a favor da reforma representam "uma parcela radicalizada da sociedade"

O presidente da comissão da reforma da Previdência, deputado Marcelo Ramos (PL), fez provocações ao governo Bolsonaro nesta quinta-feira (27) em entrevista ao Jornal Jovem Pan. Segundo ele, “está claro que quem assumiu a responsabilidade com a tramitação da reforma toda foi a Câmara, porque se dependesse do governo teria andado muito pouco”.

“Assumimos porque temos responsabilidade com o país e colocamos essa responsabilidade acima de qualquer conflito com o poder Executivo”, afirmou.

Ao ser questionado sobre as manifestações que irão ocorrer neste domingo (30), em que uma das bandeiras será o apoio ao projeto, Ramos declarou que “não liga” para os protestos e que se trata de “uma parcela radicalizada da sociedade, que não representa o conjunto”.

“Quando decidimos aceitar a responsabilidade de tocar a reforma, blindamos ela de movimentos pró e contra, agressões de ministros, de filhos de presidente, blindamos de tudo, e seguirá blindada com ou sem manifestação domingo”, assegurou.

Atrasos na tramitação

Nesta quarta-feira (27), o presidente da comissão adiou a leitura do relatório da complementação de votos, devido à questão da reinclusão dos estados e municípios no texto que, conforme ele, “é uma discussão mais importante do que o possível atraso na tramitação”. No entanto, Ramos declarou que ficou “frustrado” com a demora.

“Causa frustração porque eu montei um calendário, consegui cumprir religiosamente com ele, apesar dos ataques e covardias dessa milícia virtual ligada ao presidente. Eu cumpri os trabalhos porque entendo que a reforma é do Brasil, que não pode ser submetido a essas disputas e incompreensões menores, e não consegui seguir meu cronograma no último dia antes do processo de votação por conta da falta de um acordo”, disse.

O deputado pontuou, entretanto, que quando ouviu a justificativa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, de adiar para que ele consiga um acordo para recolocar os estados e municípios de volta no texto, achou “perfeitamente compreensível” e “acatou com o pedido”.

Para ele, para ocorrer a reinclusão, falta os governadores darem sinalizações mais claras aos deputados dos seus estados e partidos de que eles apoiam a reforma. “Não dá para eles seguirem defendendo, dizendo que querem entrar, e os seus deputados seguirem contra.”

Ramos afirmou que o prazo para a votação do texto é a próxima terça-feira (2), e que, de acordo com o relator, Samuel Moreira (PSDB), ela será votada de qualquer jeito, com ou sem os estados e municípios. “A oposição não tem mais condições de atrasar”, pontuou.

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