Superlotação em embarcações da região amazônica é recorrente, diz professor
Um novo naufrágio voltou a deixar vítimas no Brasil pelo segundo dia consecutivo, dessa vez, na Bahia. Uma lancha que transportava 129 passageiros afundou na travessia do Mar Grande. O acidente aconteceu quando a embarcação deixava o município de Vera Cruz, na Grande Salvador, a 200 metros do local. Nesta quarta-feira (23), um outro naufrágio ocorreu no Rio Xingú, no Pará, e já deixou ao menos 22 mortos.
De acordo com o professor Pedro Lameira, diretor da faculdade de engenharia naval da Universidade Federal do Pará, em entrevista exclusiva à Jovem Pan, o transporte fluvial na região amazônica é essencial e muitas pessoas dependem dele para sobreviver. Lameira contou que acidentes com embarcações de passageiros nesses locais é algo antigo, mas muitas vezes é necessário que uma fatalidade aconteça para que se tenha mais atenção.
“A gente tem um problema crônico de superlotação de embarcações, inclusive recebi no meu banco de dados que essa tinha capacidade para 42 passageiros e se falou em 70 a bordo. Uma coisa eu posso garantir: tanto superlotação de passageiros quanto excesso de carga no transporte fluvial é um problema existente, antigo e recorrente”, alertou o professor.
Lameira ainda lembrou que, por uma questão cultural, muitas pessoas que utilizam o transporte fluvial nessas regiões acabam fazendo a viagem deitados em redes e em situações de seguranças não muito adequadas, o que colabora para que acidentes do tipo tenham consequências graves.
O prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto, gravou um vídeo em que presta solidariedade às famílias das vítimas do acidente em Mar Grande e colocou a capital baiana à disposição do município de Vera Cruz.
“Antes de tudo eu queria prestar a minha solidariedade a todas as famílias das vítimas dessa tragédia que aconteceu hoje em Mar Grande. Tão logo eu fui informado do ocorrido, eu procurei mobilizar todo o esforço da prefeitura de Salvador, especialmente através da Secretaria Municipal de Saúde, com as ambulanchas, que chegaram logo depois do incidentes, com as ambulâncias do Samu, que estão aqui acolhendo essas vítimas e, sobretudo, recebendo essas pessoas na nossa rede de saúde”, disse o prefeito.
Veja abaixo a entrevista completa do professor Pedro Lameira.
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