Wesley Batista é preso em SP; PF afirma que irmãos cometeram crimes depois de delação
A Polícia Federal afirma que Joesley e Wesley Batista continuaram cometendo crimes mesmo depois de terem firmado acordo de delação premiada. Os donos da holding J&F, controladora da JBS, foram presos preventivamente na manhã desta quarta-feira (13). Wesley foi detido em São Paulo e levado para carceragem da PF na Zona Oeste da capital paulista.
Joesley já estava preso temporariamente em Brasília e pode permanecer detido por tempo indefinido. A Polícia Federal afirma que os irmãos continuavam cometendo crimes mesmo depois do acordo de delação.
O delegado Victor Hugo Rodrigues Alves afirmou que, com isso, a única medida cabível era decretar a prisão preventiva.
“Tudo indica, e isso o inquérito comprovou, que nós estamos diante de pessoas que têm a personalidade voltada para a prática reiterada de crimes. Então, pessoas que já foram objetos de seis operações da Polícia Federal simultâneas, e não pararam de delinquir, certamente não vão parar de delinquir com a sétima operação. Então, a prisão preventiva, ainda que seja uma medida dura, é a única que consegue fazer com que cessem, finalmente, de cometer crimes”, explicou.
Joesley e Wesley Batista são acusados de se beneficiar do vazamento da delação premiada que fizeram ao Ministério Público Federal. A polícia identificou que o grupo vendeu ações no mercado financeiro antes da delação vir a público diminuindo o prejuízo que a J&F sofreria. Além disso, a empresa comprou dólares antes do vazamento e lucrou com isso, uma vez que o preço da moeda americana subiu depois da delação. O delegado Rodrigo de Campos Costa explicou que os irmãos se beneficiaram com essas informações privilegiadas.
“Essas informações que eles detinham proporcionou para que eles tivessem benefício no mercado financeiro que não era concedido aos demais agentes do mercado financeiro”, contou.
A defesa dos irmãos Batista disse que recebeu com perplexidade a decretação da prisão preventiva de Joesley e Wesley. O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, diz que a detenção dos dois é uma condenação antecipada.
A prisão preventiva dos irmãos foi decretada pelo juiz João Batista Gonçalves, da Sexta Vara Criminal Federal de São Paulo. Os investigados poderão ser condenados penas de um a cinco anos de prisão e multa de até três vezes o valor da vantagem ilícita obtida.
*As informações são do repórter Tiago Muniz
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